O senador Romeu Tuma (PTB) acaba de falecer nesta terça-feira (26/10), por volta das 13h, vítima de problemas cardíacos, aos 79 anos, no Hospital Sírio-Libanês, e o corpo será velado na Assembleia Legislativa de São Paulo, com sepultamento previsto para esta quarta-feira, 27. Tuma estava internado desde o início de setembro, e chegou-se a cogitar a retirada de sua candidatura em favor de Aloysio Nunes (PSDB), o que acabou não acontecendo.
Notas médicas no início de sua internação faltaram com a verdade sobre seu grave estado de saúde, ao informar que ele se internara apenas para uma bateria de exames de rotina “já pré-agendados”. Na sequência, como a alta médica não acontecia, os médicos informaram à imprensa que havia um “quadro de afonia”, apesar do quadro infeccioso ter melhorado. Na verdade, o senador passava por graves problemas cardiológicos, que levaram a equipe médica a instalar um coração artificial no paciente, para que ele pudesse continuar vivo. Este tipo de equipamento é importado dos EUA e pode prolongar a vida de um paciente por até 5 ou 6 anos. Porém, devido à debilidade do estado do senador, Tuma não resistiu.
AGENTE DA DITADURA
Romeu Tuma construiu sua vida como delegado da polícia federal. Nos chamados ‘anos de chumbo’ foi diretor geral do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), entre 1977 e 1982, o temido órgão oficial da repressão política e policial da ditadura brasileira. Chegou a ter bom relacionamento com figuras controversas, como o temido delegado Sérgio Paranhos Fleury, um dos maiores torturadores da ditadura e perseguidor implacável de estudantes e trabalhadores de esquerda, muitos dos quais torturados, mortos e desaparecidos pelas mãos diabólicas de Fleury.
Foi neste período que Tuma recebeu um detento ‘ilustre’, o líder das greves do ABC Paulista, o metalúrgico Luiz Inácio da Silva, o Lula, que permaneceu preso na sede do DOPS (ao lado da Estação da Luz, hoje Memorial da Resistência) por mais de 30 dias.
Em 1983 Romeu Tuma assumiu a Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, chegando ao cargo de Diretor Geral do órgão, cargo em que permaneceu até após o fim da ditadura, em 1992. Só foi afastado do cargo pelo então presidente Itamar Franco, após o Impeachment do ex-presidente Fernaldo Collor.
Elegeu-se Senador pela primeira vez com a fama de ‘Xerife” do povo, em 1994, pelo PFL (atualmente DEM), com mais de 5 milhões de votos. Tentou eleger-se prefeito de São Paulo em 2000, mas perdeu para Martha Suplicy, ficando com apenas o quarto lugar. Em 2002 reelegeu-se para o senado em uma das vagas paulistas, com mais de 7 milhões de votos. Tuma morre quase completando 16 anos no Senado Federal.
(Márcio Amêndola, com informações de Agências de Notícias)