São Paulo – A coligação “O Brasil pode mais”, encabeçada pelo candidato à Presidência da República José Serra (PSDB) terminou a campanha eleitoral sem ter registrado o programa de governo. O procedimento, junto à Justiça Eleitoral, é obrigatório a partir do pleito deste ano. A governista Dilma Rousseff (PT) fez o registro no segundo turno.
Para ter seu registro de candidatura aceito pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Serra protocolou uma compilação de discursos seus proferidos antes de julho, durante a pré-campanha eleitoral. Segundo informações da campanha, há um volume de 118 páginas pronto, após dois meses de revisão, mas que não seria entregue à Justiça. No início da campanha, Serra criticou Dilma Rousseff reiteradas vezes por ter encaminhado duas versões provisórias do programa de governo do PT.
O material da candidatura tucana foi produzido a partir das propostas apresentadas no programa de TV, e não o inverso. Assim, constaram promessas como elevação do salário mínimo para R$ 600, reajuste de 10% para aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e criação de Ministérios (como da Segurança Pública e do Deficiente Físico).
A alegação da campanha de Serra para a demora e para não registrar o material foi de que haveria o risco da candidatura rival “copiar” as propostas. Mas havia outras motivações. “Foi uma opção do marketing da campanha”, admitiu à Folha online Xico Graziano, ex-secretário do governo Serra em São Paulo e responsável pela coordenação do programa. “Por mim, lançaria antes”, disse.
O material tratava do modelo energético com críticas à gestão da Petrobras. Na visão dos tucanos, a empresa de controle estatal estaria “aparelhada” e enfraquecida. A avaliação ocorreu um mês depois da capitalização da companhia, prevista na revisão do marco regulatório do petróleo. O processo de venda de ações foi o de maior valor no mundo, elevando a empresa à condição de segunda maior do setor em todo o planeta.
Sem definir se mudaria ou não a legislação ainda em discussão sobre o modelo de exploração das reservas do pré-sal, o caderno de propostas de Serra incluiu críticas à criação da Pre-Sal Petroleo. A estatal será responsável por gerenciar a exploração.
(Por: Redação da Rede Brasil Atual)