São Paulo – O quarto colocado na disputa à Presidência da República Plínio de Arruda Sampaio afirma que considera a perspectiva do governo comandado por Dilma Rousseff (PT) ruim, assim como seria a de um eventual governo José Serra (PSDB). Em nota encaminhada à Rede Brasil Atual, Plínio rechaça a hipótese de que “preferiria” um governo tucano, explicando que vê o governo Lula como frustrante, enquanto o período sob Fernando Henrique Cardoso é qualificado como “nefasto”.
Plínio taxa de “má fé” a interpretação de que sua fala indicaria predileção por Serra. “Os comentários maldosos que estão sendo feitos significam apenas ressentimento dos que ficaram indignados com as palavras que usei nos debates eleitorais”, criticou.
Na quarta-feira (3), a Rede Brasil Atual publicou o texto “Plínio afirma que preferiria governo Serra ao de Dilma”, a partir de entrevista concedida pelo promotor de Justiça aposentado à edição eletrônica do Jornal do Brasil. Na entrevista, Plínio disse: “No (eventual governo) Serra, temos a repressão, em Lula a cooptação (…). Acho mais favorável (para a esquerda) a repressão, que aliás já enfrentei. Mas é melhor porque a repressão unifica, as pessoas se unem, vão para as ruas”.
Na nota encaminhada nesta segunda-feira (8), ele critica o enfoque adotado no texto por gerar dúvida sobre sua postura em relação à disputa presidencial. “Sobre minha posição no segundo turno só pode ter dúvida quem estiver determinado a tê-la, porque está cristalinamente dito que anularia meu voto. Disse isto no Manifesto que publiquei e em todas as minhas aparições na televisão”, vaticinou.
Plínio detalhou o que considera ser a diferença entre as gestões. “Serra significaria maior repressão ao movimento popular e polícia mais truculenta contra o povo. Lula/Dilma não reprimem tanto, mas cooptam lideranças dos movimentos populares e, desse modo, corrompem tais movimentos, dividindo-os”, esclarece. “Em nenhum momento afirmei preferir um governo Serra, pois o tucanato foi desde sempre no Brasil um governo nefasto. O governo Lula/Dilma foi frustrante”, diferencia.
Ao contrário
O candidato do PSOL critica ainda o papel desempenhado por Dilma e Serra na campanha. “Para os socialistas, os processos eleitorais são importantes como instrumentos de conscientização da massa popular. Tanto Serra como Dilma dificultam extremamente o trabalho de conscientização”, avalia. “Por isso, não prefiro nem um nem outro. Preferiria, isso sim, um governo verdadeiramente dos trabalhadores, que fizesse avançar a conscientização e a mobilização popular”, aponta.
(Por: Anselmo Massad, Rede Brasil Atual)