Filme de longa metragem vale o ingresso para os fãs e já está em cartaz por todo o País. O ‘vilão’ da história é encarnado por Allain Prost, e no mundo da Fórmula 1, o que vale mesmo é o dinheiro
São Paulo – Dirigido pelo inglês Asif Kapadia, o documentário “Senna” acompanha a trajetória do piloto brasileiro desde quando começou a se destacar no kart, no final dos anos de 1970, até a sua morte trágica no GP da Itália em 1994. O longa, que estreia em todo o país, é um filme feito para fãs e que não faz nenhum esforço além de agradar ao seu público-alvo.
Uma cena ou outra, ou alguns comentários, servem para situar momentos históricos que são externos à vida do piloto. Mas, fora isso, “Senna” é calcado em imagens de arquivo — muitas delas pesquisadas no acervo de Bernie Ecclestone, o homem-forte da Fórmula 1.
Se há uma linha narrativa em “Senna”, esta é pautada pela rivalidade entre o brasileiro e o francês Alain Prost, que, ao longo do filme, se transforma numa espécie de vilão. Se eles se reconciliaram antes da morte de Senna não fica muito claro no documentário, que evita maiores polêmicas sobre a vida do piloto.
As apresentadoras Xuxa e Adriane Galisteu, namoradas mais famosas de Senna, são uma espécie de nota de rodapé no documentário. A primeira aparece num momento constrangedor quando, em seu programa infantil, cercada por crianças, troca insinuações sexuais com o piloto. Já a outra anda na garupa da moto e chora antes do enterro do namorado.
O que vale é o dinheiro
Fica claro também o circo político e monetário que existe por trás da Fórmula 1, no qual, como em qualquer negócio, o que vale é o dinheiro e as artimanhas políticas são apenas uma das formas encontradas para o enriquecimento. Da mesma forma, transparece a paixão de Senna pelo que fazia.
Com apoio da família do piloto, “Senna” pode entrar na mesma prateleira que “Pelé Eterno”, uma espécie de filme-homenagem, muito ‘chapa branca’, mas que certamente tem um público disposto a rever e matar saudades de seu ídolo. Mas talvez seja o tipo de produção mais cabível para se ver em casa do que no cinema.
(Por: Alysson Oliveira, do Cineweb – para Rede Brasil Atual)