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Brasília – Cerca de 630 mil brasileiros vivem com HIV em todo o país – desses, 255 mil não sabem que foram infectados. Os dados foram divulgados hoje (1º) pelo Ministério da Saúde.
De acordo com a pasta, o número de testes de HIV distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) passou de 3,3 milhões, em 2005, para 8,9 milhões em 2009. O índice de testagem para HIV em todo o país, no ano passado, foi de 38,4%.
(Paula Laboissière, Repórter da Agência Brasil)
Maioria dos infectados pelo HIV é branca e com oito a 11 anos de estudo
Brasília – A maioria dos brasileiros com HIV em 2009 é formada por brancos (47,7%). Em seguida, estão os negros (46,8%), os amarelos (0,5%) e os indígenas (0,3%), mostra boletim epidemiológico divulgado hoje (1º) pelo Ministério da Saúde. Segundo o estudo, 4,7% dos pacientes não declararam raça ou cor.
Do total de casos registrados no ano passado (20.832), a maior proporção de infecções está entre brasileiros que têm entre oito e 11 anos de estudo (30%). Em 1999, a incidência era maior entre aqueles com menos escolaridade: 29,5% dos casos foram verificados entre pessoas com até três anos de estudo.
Entre as mulheres infectadas, a média é de quatro a sete de anos de estudo e, entre os homens, de oito a 11.
Novas infecções por HIV aumentaram para 38,5 mil em 2009
Brasília – O número de novas infecções por HIV no Brasil passou de 37.465, em 2008, para 38.538, no ano passado, de acordo com dados divulgados hoje (1º) pelo Ministério da Saúde.
Para a pasta, o crescimento não é preocupante, porque resulta do aumento de testagens em todo o país.
O boletim epidemiológico aponta ainda que 11.839 pessoas com HIV morreram em 2009, praticamente o mesmo número registrado em 2008 (11.815). Desde os anos 80, mais de 229 mil pessoas morreram em decorrência da doença.
Atraso no diagnóstico é desafio para combate à aids no Brasil
Da Agência Brasil
Brasília – Entre os desafios do combate à aids no Brasil, está o atraso no diagnóstico da doença. Para o presidente do Fórum de Organizações Não Governamentais (ONGs) Aids do estado de São Paulo, Rodrigo de Souza Pinheiro, ainda faltam informações e campanhas nesse sentido.
Segundo Pinheiro, o Estado cumpre seu papel de certa forma, mas ainda há muitos desafios. “Um deles é a questão do diagnóstico tardio, muitas pessoas ainda demoram para ser diagnosticadas, então acho que deveríamos ter mais campanhas, mais serviços que pudessem atender e conscientizar a população a fazer o teste de HIV”, afirma.
“Outro grande desafio no Brasil é a inclusão de pessoas soropositivas na sociedade. O preconceito com as pessoas que convivem com HIV/aids é muito grande. Uma das questões que temos trabalhado é para que realmente venha a diminuir essa questão do preconceito e da discriminação”.
O Fórum de ONG’s Aids de São Paulo tem 122 organizações associadas, mas existem outras entidades no estado que atuam no combate à doença. Elas trabalham em parceria com os municípios, para atender populações que o Poder Público não consegue atingir.
Cada ONG tem um tipo de atuação, algumas trabalham com prevenção, outras com direitos humanos, e o fórum faz um trabalho de articulação de políticas públicas. “Temos uma reunião mensal aqui em São Paulo onde são discutidas as questões prioritárias, como falta de medicamentos, e levamos essas questões ao governo. Temos vários tipos de atuação para melhorar a qualidade de vida das pessoas soropositivas”, relata Pinheiro.
De acordo com ele, é importante que as pessoas tenham mais informações sobre a transmissão do vírus HIV. Outra atitude que o fórum está tomando é tentar aprovar na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 6.124/2005 que criminaliza a discriminação de pessoas que vivem com o HIV.
“A questão da prevenção também é um grande desafio, principalmente para as populações mais vulneráveis, e o Estado deixa a desejar nesse sentido. Se a gente analisar, no Brasil temos falhado muito na questão do acesso, tanto das pessoas que vivem com o HIV, quanto das demais que precisam do serviço de saúde. Isso é um grande desafio para o governo que está assumindo. É necessário também facilitar acesso aos preservativos e aos testes. Em alguns estados, principalmente do Norte e Nordeste, isso ainda é muito complicado, e é onde a epidemia tem mostrado um nível de crescimento”.