** Por: Karen Santiago
O Coral das Artes de Embu encerrou suas atividades com dois concertos no mês de dezembro. Após dezessete anos, o Coral que mais levou o nome da “Terra das Artes” para vários países e estados de São Paulo, segundo o Maestro Daniel, precisou interromper sua trajetória por falta de recursos e patrocínio da prefeitura e secretaria de Cultura.
“Decidimos encerrar as atividades em um consenso entre os componentes do coral. O principal motivo para interromper a trajetória foi à falta de apoio do prefeito Chico Brito que não facilitou o nosso trabalho, afinal fazíamos tudo por nossa conta”, explicou o maestro Daniel.
Magoado, o regente Daniel, contou a Reportagem do Jornal na Net que uma vez o coral precisou viajar em um ônibus de linha porque não contou com os ônibus da prefeitura. “Chegamos ao local, e nos deparamos com os outros corais que foram em ônibus reservados e disponibilizados pela prefeitura de cada cidade, só nosso coral não contava com o apoio e o incentivo”.
O coral que é uma Instituição Privada também não contava com um local para ensaio. “O local onde ensaiávamos (centro da melhor idade) ficou proibido para os ensaios, eles trocaram a fechadura da porta e precisamos procurar outros locais, como a Igreja Batista. Já chegamos a ensaiar em escadas. Recebíamos o apoio dos vice-prefeitos ”, disse.
De acordo com Daniel, o coral tentou participar do projeto: Pontos de Cultura que contou com o investimento de R$ 1,4 milhão parte do governo federal e municipal, mas não conseguiu ser contemplado. “Faziamos o nosso trabalho com muito amor e gosto. A turma era unida e dedicada, mas acabou. Não conseguimos fazer todo o trabalho sem apoio e interesse da prefeitura”, finalizou.
O Coral das Artes Embu deixa o legado de um invejável currículo onde se destacam o título de melhor coral da Grande São Paulo e terceiro melhor do Estado, no Mapa Cultural Paulista, organizado pelo Governo Estadual e o primeiro lugar em concurso promovido pela União Cultural Brasil – Estados Unidos.
Além de se apresentar em espaços nobres como Memorial da América Latina, Mosteiro de São Bento, Teatro Guaira, em Curitiba, Catedral Evangélica de São Paulo e Teatro Municipal de Campina Grande, na Paraíba. Cantou sob a égide de grandes corporações como Banco do Brasil, Banespa, Banco Itaú, Petrobrás entre outros.
O Coral também participou de festivais nacionais e internacionais em diversos Estados do Brasil, além de Argentina, Itália e Portugal. Ao maestro Daniel Vieira e coralistas a nossa homenagem e gratidão pelas grandes e memoráveis concertos que nos propiciaram.
Questionado sobre o término das atividades do Coral, o secretário de Cultura, Paulo de Oliveira explicou ao Jornal na Net que por se tratar de uma instituição privada e por não constar nenhum pedido formal de ajuda a secretaria assim como a prefeitura não pode ajudar o Coral.
De acordo com o secretário, a prefeitura tomou ciência da crise pela qual o coral estava passando e até tentou marcar uma reunião com os integrantes, mas segundo Paulo, nenhum componente compareceu.
Em relação ao transporte e local para ensaiar, Paulo de Oliveira ressaltou que a secretária não pode disponibilizar nenhum serviço da prefeitura, sem o registro de pedido formal. Sobre os Pontos de Cultura, o secretário esclareceu que o edital é aberto acompanhado pelo Ministério de Cultura e que todos os ganhadores que foram contemplados possuem todas as documentações em dia. “Todos os projetos juntos atendem mais de mil pessoas”, finalizou.
He, He… quem não sabia que aconteceria um dia??? alguém imagina realmente que apoio cultural é feito por prefeitura??? Ainda mais de Embu, que tá uma maravilha…
Ainda se levassem algum, pode ser, caso contrário… acabou-se mesmo.