‘Liberdade e Revolução’ lança CD em maio

No domingo, 8 de maio acontece no CEU Rubi (Capital) o show de lançamento dos CDs dos grupos de rap mais polêmicos dos últimos tempos, Liberdade e Revolução e M19, que levantaram a bandeira do Rap Ateísta e causaram muito alvoroço dentro do rap nacional. Mas, independentemente de qualquer coisa não há como negar que o conteúdo das letras deles é extremamente politizado, denunciando as diversas formas de opressão do Estado contra o povo, mostrando a necessidade de conscientização da luta de classes.

: Capa do novo CD da banda Liberdade e Revolução

Esses manos não estão de brincadeira e o extremo sul será palco de uma grande show, M19 diretamente de Santa Catarina irá realizar junto com o Liberdade e Revolução, de São Paulo, um evento que promete muitas surpresas.

E para deixar a festa ainda mais louca o show terá as participações especiais de Facção Central, A286, Lauren, Reação, Raciocínio Real, e muito mais. O show será gratuito e irá começar às 13h, e o conselho dos organizadores é de que o público chegue com antecedência. Haverá venda de CDs no local com um preço especial de lançamento.

Liberdade e Revolução, por ele mesmo

“Estamos no rap há mais de 11 anos, e com o nome LIBERDADE E REVOLUÇÃO apenas há 5 anos, na formação do grupo Vidal e D.Pa. Em 2010 entrou para o grupo o jovem Wesley “Neji”, que soma com o projeto do Liberdade e Revolução,um grupo de rap classista e socialista que acredita na transformação do individuo através da arte revolucionária.

A questão do nome do grupo tem uma causa justa, acreditamos que as comunidades pobres conhecidas como periferia só serão de fato livres quando tiverem em mãos o poder de decidir sobre seu futuro. A liberdade, acreditamos que não virá de forma pacifica, pois os opressores não irão abrir mão de suas regalias sem lutar por elas; pra poder ter liberdade é preciso desenvolver senso crítico e não aceitar o que a elite te impõe, o que deve ser ou não ser, adaptando toda uma geração a um padrão de qualidade via televisão, indústria musical e revistas que propagam, além do consumismo desenfreado, toda uma ideologia burguesa, toda uma forma de conduta cívica e moral e ética, conduta essa que por eles mesmos não são seguidos, por isso nossa luta no rap engajado, é uma luta de imensa desigualdade, de um lado alguns grupos com consciência social como o nosso, do outro todo o aparato do Estado (mídia-assistencialismo e repressão), e de outro lado uma esquerda que em muitos discursos diz defender o oprimido sem sequer o conhecer, uma esquerda que tem medo daquele que ela diz ser a voz.

Por isso proclamamos que o nosso rap é a verdadeira esquerda dentro da periferia, porque é a realidade que vivemos; o que pra muitos são apenas números estatísticas para nós é um parente é um amigo um conhecido que foi vítima da repressão do Estado, que enche nossos bairros com drogas, álcool, armas e igrejas para “pacificar”. A Liberdade não vai vir de “mãos beijadas”, ou seja pra se ter liberdade e viver realmente em Liberdade é preciso de uma revolução (socialista), que não será conquistada através só de palavras e sim de atitudes coletivas do oprimido contra o opressor”.