Entre as mulheres a proporção é de 44,3%. De acordo com dados do Ministério da Saúde, nos últimos cinco anos Brasil ganhou 11 milhões de pessoas com excesso de peso
A obesidade já é considerada uma epidemia no Brasil. Dados divulgados no dia 18 de abril pelo Ministério da Saúde revelaram que nos últimos cinco anos, o País ganhou 11 milhões de pessoas com excesso de peso.
De acordo com a pesquisa VIGITEL (Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico), 48,1% da população brasileira está acima do peso e 15% são obesos. Há cinco anos a proporção era de 42,7% para excesso de peso e 11,4% para obesidade.
“O Brasil sempre foi um País reconhecido pelo trabalho de erradicação da fome, da luta pela desnutrição, mas agora temos que focar na obesidade ou caso contrário alcançaremos números alarmantes, como apresentados nos EUA, num curto período”, diz o cirurgião especialista em obesidade Dr. Roberto Rizzi.
Entre os homens 52,1% estão acima do peso, já entre as mulheres a proporção é de 44,3%. No ano de 2006 a mesma pesquisa apontou excesso de peso em 47,2% dos homens e 38,5% das mulheres. “O crescimento é grande entre homens e mulheres, mas é maior entre os homens, pois eles, na maioria dos casos, não se preocupam tanto com a saúde como as mulheres”, destaca Rizzi.
Obesidade x Coração
Estudo realizado pelo Centro de Pesquisa Cardivascular da Universidade de Glasgow, na Inglaterra, revelou que a obesidade nos homens aumenta em 75% o risco de ataque cardíaco, independente de terem ou não outros fatores de risco para o desenvolvimento da doença.
O estudo, que foi publicado dia 15 de fevereiro, na publicação científica Heart acompanhou durante 15 anos 6.082 pacientes do sexo masculino que foram diagnosticados com colesterol alto, mas que não tinham histórico de doença cardíaca ou diabetes.
Durante o período do estudo, os pesquisadores observaram 214 mortes causadas por doenças cardíacas e 1.027 pacientes que sofreram ataque cardíaco e/ou acidentes vasculares que não resultaram em morte.
Mesmo após a exclusão de variáveis relevantes, como idade e histórico de tabagismo, o risco de morte entre os homens obesos, com o Índice de Massa Corporal (IMC) entre 30 e 39,9, era 75% superior comparado a homens não obesos. “Muitos pacientes ficam preocupados somente com os fatores de risco, como o diabetes e a hipertensão, porém esse estudo comprova que o grande problema para a saúde do coração é a obesidade. Os fatores de risco também são complicações que merecem atenção médica, mas temos que considerar em primeiro lugar a prevenção e o tratamento da obesidade, que é responsável pelo desenvolvimento das demais doenças”, destaca Rizzi.
A obesidade causa a expansão do átrio esquerdo e do ventrículo esquerdo, comprometendo a função cardíaca. O átrio esquerdo é responsável por receber o sangue rico em oxigênio dos pulmões e enviá-lo para o ventrículo esquerdo, que bombeia esse sangue para o corpo. “Temos vários estudos científicos que comprovam os danos que a obesidade causa para a saúde do coração. O alargamento do átrio esquerdo aumenta o risco de arritmia cardíaca e fibrilação atrial. A alteração no ventrículo esquerdo faz com que o coração utilize mais força para conseguir bombear o sangue, podendo causar insuficiência cardíaca. Ou seja, é mais uma constatação de que o excesso de peso é bastante nocivo para o coração.” diz Dr. Rizzi.
(Fonte: Maxpress)