São Paulo – Ativistas, celebridades e políticos presentes à 15ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, enfatizaram o amadurecimento da chamada Parada Gay como manifestação de cidadania. O ato acontece em um momento positivo para o ativismo LGBT, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu, em maio, que parceiros homoafetivos têm os mesmos direitos civis que casais formados por parceiros de sexos diferentes.
Apesar disso, o presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo, Ideraldo Luiz Beltrame, disse que é preciso aproveitar o espaço recentemente conquistado junto aos meios de comunicação para solidificar a luta e garantir a conquista plena da cidadania de gays, lésbicas, bissexuais e transexuais. Estes últimos, merecem, na opinião de Beltrame, atenção ainda mais especial. “Travestis e transexuais são os que mais sofrem preconceitos e agressões violentas.”, explicou.
A senadora Marta Suplicy (PT-SP) pontuou o avanço social obtido no Supremo e aproveitou para alfinetar o Legislativo, a respeito da votação de leis que criminalizam a homofobia no país. “O Congresso se apequenou e se acovardou ante à causa GLBT, pressionado por setores extremamente conservadores que habitam as duas Casas.”
O deputado federal Jean Wilys (PSOL-RJ) manifestou a importância da organização institucional do movimento, dizendo que “é preciso conquistar juridicamente o fim das injúrias e difamações.” Segundo seu relato, ele mesmo é diariamente vítima de injúrias e difamações por ter assumido sua homossexualidade.
O ativista Toni Reis destacou o caráter reivindicatório da Parada Gay, apesar de muitos a considerarem um dia de festa. “A parada é muito mais um momento em que podemos soltar a nossa voz, do que um carnaval fora de época.”
Inclusão
Toni Reis opinou ainda sobre declarações de religiosos, que durante a semana expuseram diversas opiniões contrárias ao movimento GLBT e à realização da Parada. “Respeitamos todas as religiões e todas as pessoas são convidadas a participar da Parada, que é um evento público. Nossa intenção não é excluir nenhuma família, queremos apenas incluir a nossa.”
(Por: Jéssica Santos de Souza, Rede Brasil Atual)