Taboão pode ter Metrô na Linha Amarela

Promessa de extensão da Linha 4 até Taboão da Serra já ajudou até a eleger deputados nos últimos 10 anos, mas até agora nada

O Governo de São Paulo volta a discutir nesta semana a provável expansão da Linha 4 – Amarela do Metrô, na qual aparecem duas novidades: a extensão até o bairro do Pari, após a Luz (atual estação final, ainda não aberta ao público), e na outra extremidade, até a cidade de Taboão da Serra, após a Vila Sônia (atual pátio de manobras, sem estação). Caso esta nova diretriz seja aprovada, os projetos devem ser elaborados em 2012. Não há prazo para que a proposta se realize, mas com certeza constará dos programas dos candidatos à prefeitura da cidade que, além dos candidatos a deputados, já usaram e abusaram da promessa.

Caso seja efetivado, o projeto prevê, além da Estação São Paulo – Morumbi (ainda não inaugurada e com cronograma atrasado), mais três: Vila Sônia, Jd. Jussara e, finalmente, Taboão da Serra. Ainda não ficou definido se a estação será térrea ou subterrânea. Devido às constantes enchentes no rio Pirajuçara e a existência de um piscinão em plena divisa com São Paulo, a solução técnica para a questão ainda é um mistério.

Para a Estação Pari a realidade é outra, já que existe um túnel pronto entre aquele bairro e a atual estação final, Luz. O túnel previsto para manobras poderá ser incorporado para a extensão até aquele bairro, o que facilitaria a conexão com o Brás, e com as linhas 1-Azul e 19-Celeste da CPTM. A estação final atual Luz, ainda fechada, poderá ser aberta até o mês de setembro, prolongando a atual linha 4, que tem abertas ao público apenas quatro estações: Butantã, Pinheiros, Faria Lima e Paulista.

A Linha 4 – Amarela poderá ser a mais importante do Metrô nos próximos anos, por ser a única que interligará com as demais já existentes: Linha 1 – Azul (Norte-Sul, a mais antiga), Linha 2 – Verde (Oeste-Sul), e Vermelha (Leste-Oeste), além das conexões com as linhas de trem da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). O eixo da Avenida Francisco Morato e BR-116 foi o mais prejudicado pela política de transportes do governo paulista nos últimos 30 anos, já que é um dos mais importantes da região metropolitana e vem sendo servido apenas pela modalidade Ônibus, com deficiências históricas, em prejuízo de uma população de mais de 2 milhões de pessoas residentes entre os bairros do Butantã, Raposo Tavares, Morumbi, Campo Limpo, Taboão da Serra, Embu, Itapecerica da Serra, Juquitiba e São Lourenço da Serra.

Taboão só após 2014

De qualquer maneira, a tão sonhada obra da estação Taboão não deverá sair do papel antes de 2014, e sua abertura pode demorar uma década. Em 2014 o governo só promete a abertura das estações São Paulo-Morumbi (ao lado do Shopping Butantã, na Avenida Francisco Morato) e Vila Sônia (atual pátio de manobras), o mais perto que o Metrô chegará de Taboão nos próximos anos. Do outro lado do rio Pinheiros, são prometidas para 2014 as estações Fradique Coutinho, Oscar Freire e Higienópolis-Mackenzie. A localização desta última deu uma grande confusão há alguns meses, já que moradores de Higienópolis rejeitaram a estação no bairro, temendo a presença de ‘gente diferenciada’ (leia-se POBRES) no bairro chique, residência de famosos como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O governo de São Paulo aceitou a pressão dos moradores a princípio, e mudou o projeto da estação que seria instalada na Avenida Angélica para outro local. Diante da repercussão negativa junto à imprensa e opinião pública, talvez a estação seja mantida no local original.

(Fato Expresso)