O policial fazia parte de um grupo de PMs que arrancavam as cabeças e as mãos de duas vítimas na Zona Sul de SP, entre Campo Limpo, Taboão, Embu e Itapecerica
O Tribunal do Júri de Itapecerica da Serra condenou a 28 anos de prisão o soldado PM Ronaldo dos Reis Santos, de 30 anos, por ter participado da decapitação de dois rapazes, Roberth Sandro Campos Gomes (19 anos), e Roberto Aparecido Ferreira, (20). O julgamento aconteceu na quinta-feira, 15 de setembro, tendo grande repercussão na imprensa, por se tratar de um caso extremamente grave envolvendo policias paulistas.
Santos era membro de um Grupo de extermínio integrado por policiais militares lotados no 37º Batalhão da PM que se notabilizou por cortar as cabeças e as mãos de suas vítimas, a maioria jovens suspeitos de praticarem crimes nas regiões sul e oeste de São Paulo, inclusive nas cidades vizinhas de Taboão, Embu e Itapecerica da Serra. Por causa da prática (decapitação) logo o grupo passou a ser chamado de ‘Highlanders’ nome de uma série de filmes onde o personagem principal cortava as cabeças de seus inimigos com o uso de uma espada.
O promotor do caso não foi um dos servidores de Itapecerica, mas de Guarulhos, o advogado Marcelo Alexandre Oliveira, que trabalha na Comarca de Guarulhos. Ele foi especialmente destacado para este caso pela Procuradoria Geral de Justiça, por ser considerado um dos promotores mais competentes do Estado no combate a crimes praticados por policiais e agentes públicos.
De acordo com os dados do processo realizado pela Delegacia Seccional de Taboão da Serra e a Promotoria de Justiça, os jovens Roberto e Sandro foram presos por um grupo de Policiais Militares do 37º Batalhão da PM na região do Capão Redondo numa noite de maio de 2008. Testemunhas viram os rapazes sendo colocados na viatura de número 37.016 daquele batalhão, e depois foram encontrados mortos, em Itapecerica da Serra, ambos com as mãos e cabeças decepadas.
Além do PM Ronaldo, outros três policiais ainda serão julgados pelos mesmos crimes. O soldado Rodolfo da Silva Vieira, considerado o líder do grupo de extermínio já foi condenado em 2010 a 18 anos de prisão por ter decapitado um deficiente mental, Antonio Carlos Silva Alves, de 31 anos. Alves teria sido confundido com bandidos e acabou morto. Ele não tinha nenhum antecedente criminal e sua morte violenta revoltou parentes, amigos e a comunidade. Vieira ainda será julgado por outros crimes semelhantes., sendo pelo menos 12 vítimas identificadas até o momento.
(Fato Expresso)