Após cinco rodadas de negociação sem proposta que atendesse as reivindicações da campanha salarial, categoria paralisa atividades em todo o país
São Paulo – Em assembleias realizadas na noite da segunda-feira (26) em várias cidades do país, os bancários deflagraram greve nacional por tempo indeterminado, a partir da zero hora de terça (27), com o objetivo de pressionar a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) a retomar as negociações acerca da campanha salarial e apresentar uma proposta que atenda às reivindicações da categoria. A paralisação atinge bancos públicos e privados.
O movimento abrange trabalhadores bancários representados pelos sindicatos de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Campo Grande, Mato Grosso, Paraíba, Piauí, Alagoas, Espírito Santos, Campinas, Piracicaba, Juiz de Fora, Dourados, Vitória da Conquista e Teresópolis, entre outros, conforme informações das entidades remetidas para a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
“Novamente os donos dos bancos, que tanto ganham às custas dos brasileiros, forçaram a categoria a entrar em greve, diante da falta de resposta às principais necessidades dos trabalhadores”, afirma Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato de São Paulo, Osasco e Região e uma das coordenadoras do Comando Nacional da categoria, que negocia com a Fenaban.
Segundo ela, os trabalhadores permanecerão parados até que os banqueiros decidam apresentar propostas que atendam as reivindicações da categoria, entre as quais aumento real de 5%, valorização dos vales alimentação e refeição, 13ª cesta e auxílio creche/babá de um salário mínimo (R$ 545), participação nos lucros ou resultados (PLR) de três salários mais R$ 4.500 e piso salarial de R$ 2.297,51.
Entre as cláusulas sociais, os bancários querem o fim das metas abusivas (causadora de grande número de adoecimentos entre os trabalhadores), o combate ao assédio moral, mais segurança para funcionários e clientes, ampliação do número de postos de trabalho, e medidas para conter as terceirizações das atividades bancárias.
“Esperamos que a greve faça com que os bancos apresentem uma proposta que garanta emprego decente aos bancários. Com lucros acima de R$ 27,4 bilhões obtidos somente no primeiro semestre deste ano, os bancos possuem todas as condições de atender as reivindicações da categoria”, disse o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, Carlos Cordeiro.
Em nota, a Fenaban disse considerar a greve “fora de propósito”. A entidade afirma que “está preparada para continuar na negociação até que um acordo seja alcançado”.
(Rede Brasil Atual)