Rodovia mal começou a ser cogitada, e o governo do Estado já esfrega as mãos para implantar dezenas de pedágios entre os litorais Sul e Norte, privatizando todos os acessos ao mar
O governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) começa a cogitar a construção de uma nova rodovia estadual, uma espécie de ‘Nova Imigrantes’, que cortaria o Rodoanel, entre Parelheiros, Engenheiro Marsilac, passando provavelmente pelas proximidades de Embu-Guaçu, São Lourenço da Serra e Juquitiba. Porém a exemplo do Rodoanel, as cidades da Grande SP não devem ser beneficiadas pela obra, que deverá ser uma rodovia fechada, só com acesso pelo próprio Rodoanel, ou por alguma alça da atual Imigrantes.
A obra, que poderá custar cerca de R$ 650 milhões segundo os primeiros cálculos – ou seja, na verdade, o dobro ou triplo, como de costume – seria uma alternativa para desafogar o trânsito entre a Baixada Santista e a Capital, atualmente quase impraticável nos finais de semana. O litoral Sul é o mais prejudicado, por causa do único acesso atual ser pela Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, com trechos duplicados, mas que se transforma em um ‘funil’ a partir da cidade de Peruíbe até a BR-116, com pista simples na antiga Rodovia Pedro Taques.
Outra motivação para a construção da nova rodovia é a recente instalação da base das plataformas do Pré-Sal na cidade de Itanhaém, cujo prefeito, João Carlos Forssell (PSDB) é um dos maiores entusiastas do projeto. Com a exploração de petróleo no mar, em frente ao litoral sul paulista, a cidade e vizinhanças passaram a ter movimentação intensa de funcionários da Petrobrás, que se locomovem pela atual Imigrantes, ou com aeronaves, congestionando o pequeno aeroporto de Itanhaém.
CRÍTICAS
O governo paulista retoma um projeto do governo Mário Covas (PSDB), já falecido, que promulgou uma Lei Estadual que a autorizou (Lei nº 9851/97), de autoria do falecido deputado Erasmo Dias. A nova rodovia seria construída por meio de outorga, estabelecida em outra Lei, a de nº 7835/92, esta de autoria do governador Luiz Antonio Fleury Filho, com a cobrança de pedágio. Hoje, só para se ter uma ideia, o pedágio da atual Imigrantes é o mais caro do Estado, com uma tarifa de R$ 20,10 para veículos de passeio, sem reboque.
Para tornar o projeto da ‘Imigrantes’ entre Parelheiros e Itanhaém, técnicos do governo Alckmin pensam em não só privatizar esta nova estrada, mas também todas as vias do litoral ainda sem concessão, entre os litorais Sul e Norte. No ‘pacote’ de privatizações estarão as Rodovias Mogi-Bertioga, a dos Tamoios, a Rio-Santos, os contornos viários de São Sebastião e Caraguatatuba, além do novo túnel entre Santos e Guarujá e o serviço de balsas entre aquelas duas cidades.
Para completar o ‘pacote’, a nova Rodovia não teria pedágios apenas no trecho Parelheiros-Itanhaém. A concessão avançaria para cima da atual Rodovia Padre Manoel da Nóbrega (SP 55) e a Pedro Taques, de Mongaguá a Pedro de Toledo, até a confluência da Régis Bittencourt (BR-116), completando mais de 150 km de concessão. A cobrança de pedágios espalhados por toda a região do litoral sul, o mais pobre do Estado, pode trazer sérias conseqüências e problemas para a população rural e os produtores de banana, goiaba e chá existentes na região, e isto nem sequer está sendo levado em conta pelos prefeitos, entusiastas do projeto.
Outro problema é o ambiental. Recentemente, o diretor da SOS Mata Atlântica, Mário César Mantovani, morador de Embu das Artes, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, manifestou sua preocupação quanto a um novo projeto de rodovia que cortará a Serra do Mar, por uma antiga trilha indígena que jamais sofreu impacto semelhante. Mantovani acha no mínimo, ‘temerário’ um projeto dessa envergadura, sem que exista sequer um projeto de macrozoneamento da Baixada Santista. O governo também ainda não realizou a Avaliação Ambiental Estratégica, relativa ao impacto da exploração do Pré-Sal no litoral sul paulista. Ambas as questões ainda estão para ser discutidas no Consema – Conselho Estadual do Meio Ambiente. “O histórico de ligações rodoviárias entre o planalto e o litoral é muito ruim, sob todos os aspectos, ambientais, sociais, econômicos”, ataca Mário Mantovani.
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Desenvolvimento com políticas ambientais sustentáveis, não são coisas antagônicas. Qualquer pessoa com um mínimo de noções culturais sabe que investimentos em transporte, saneamento básico, urbanismo e infra-estrutura só trazem o progresso por onde passam. Os fatos refletem isto, o atual rodoanel sul não permite ligações periféricas secundária em seu contorno, e que atravessa inúmeros mananciais, e o futuro norte estão levando em conta estas importantíssimas questões. Com todo respeito, acreditar que o único caminho viável é deixarmos do jeito que está, é no mínimo falta de informação.
Dentre as obras do PAC-2, uma que deveria estar incluída e ser priorizada é ligação rodo ferroviária Parelheiros–Itanhaém, uma vez que o porto de Santos ultrapassou seu limite de saturação com filas de navios em de mais de 60 unidades, das quais podem ser avistados da Vila Caiçara em Praia Grande, além de que a Via Anchieta por ser a única via de descida permitida para ônibus e caminhões tem registrados congestionamentos e acidentes graves semanalmente, como este de hoje 22/02/2013 em que uma trompa d’agua na baixada paulista deixou o sistema Anchieta / Imigrantes em colapso, e o transito só foi restabelecido na madrugada do dia 24 seguinte, e em épocas de escoamento de safras também a Dom Domenico Rangoni (Piaçaguera–Guarujá) se torna congestionada diariamente, ao contrário da Manoel da Nóbrega, onde somente se fica com problemas em épocas pontuais na passagem de ano, ao porto de Santos, e os futuros portos de Itanhaém / Peruíbe.
Acredito também, como munícipe, que a estrada mitigaria as condições de abandono que a cidade vive, com ruas sem pavimentação, buracos e mato para todo o lado. Uma ligação da cidade com a região sul da capital traria muitos benefícios, fornecendo mais opções, melhorar a qualidade de vida dos moradores da capital e baixada. Muitas pessoas voltariam a fixar na cidade, inclusive eu. A cidade poderia nos dar mais retorno frente aos impostos que pagamos. Investimentos em Parques Temáticos, Porto, Aeroporto, Ferrovia ligando com a existente, enfim muitos projetos que alavancariam a região como um todo, bem como o desenvolvimento global de toda a região.
Enquanto outras cidades turísticas litorâneas avançam principalmente no norte fluminense, Itanhaem, Mongaguá e Peruíbe se voltam ás primitivas cidades sazonais caiçaras sem interesse em desenvolvimento e com metas e avanços financeiros presentes apenas nas mãos de alguns.
Já passou á hora de ver nossa geração e de nossos filhos se enraizarem na região com bons empregos e educação ao invés de tentar uma melhor condição social em São Paulo, pois Santos também está saturada.
Com relação Parelheiros, esta região rural situada ao sul do município de São Paulo, a região que possui uma carência de saneamento básico, ajudaria enormemente uma fiscalização e urbanização e preservação dos seus mananciais.
Sinto que o potencial destas cidades não são aproveitados, com foco noutros que beneficiam uma minoria. Não vejo senão, o apoio irresponsável e egoísta aos interesses escusos.
Outra coisa,o pedagio é mantido por uma falha de nossa constituição, pois a mesma diz que temos o direito de ir e vir, mas que também permite o pedagio, só que quem a fez “Esqueceu”$$$$ de acrescentar um detalhe: O pedagio só seria permetido se houvesse uma outra pista livre de pedagios (Mas mantidas com recursos de impóstos pagos), mas com uma condição inferior (Nunca insegura) a exemplo do que ocorre em paises de primeiro mundo. Agora questiono:Cade o congresso para fazer uma emenda constitucional, para obrigar as concessionárias e governo a manter uma via não paga, para manter o direito de ir e vir.
É simples, o governo do PSDB é mantido com dinheiro de varias concessionárias, não só de estradas, mas de outros tipos, vide a METRA, que é uma empresa de trolebus, que cobra a tarifa mais cara, e tem seus carros a óleo diesel que possuem ar condicionado, mas os mantem desligados (Ligam apenas a ventilação) e só o ligam, quando passageiros reclamam.