Segundo Dieese aumento do piso para R$ 622 injetará R$ 47 bilhões na economia e terá impacto na renda de 48 milhões de pessoas
A ótima notícia para os trabalhadores foi anunciada na sexta-feira, 23 de dezembro, com a assinatura da presidenta do Brasil, Dilma Roussef, que decretou o aumento do salário-mínimo fixado em R$ 622,00 – a partir de 1° de Janeiro, o que deverá injetar R$ 47 Bilhões na economia do País, segundo apontou o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) na última terça-feira, 27, indicando o maior valor real do mínimo em quase 30 anos, desde 1983.
Com o aumento que representa 14,13% em relação ao salário base de R$ 545,00 que vigorava desde março de 2011, o novo reajuste é considerado a maior variação desde 2006, quando o aumento real chegou a 13,04%. Com o novo reajuste que poderá prolongar o natal de muitas pessoas que tem seus ganhos referenciados pelo mínimo, o trabalhador terá o poder real de compra equivalente a 2,25 cestas básicas, que possui o custo médio de R$ 276,31. Essa relação com o preço da cesta básica é a maior desde 1979, apontou o Dieese.
De acordo com o Dieese, o novo reajuste incidirá em um aumento de R$ 19,8 bilhões na folha da Previdência Social. O cálculo sobre o salário base indica que para cada R$ 1,00 acrescido, o custo dos benefícios cresce em R$ 257 milhões. O reajuste poderia ter comprometido R$ 900 milhões do orçamento para o país se o valor adotado fosse de R$ 625,00 como se previa. É a primeira vez que a administração petista não arredonda o valor do piso salarial para um múltiplo de R$ 5, prática que facilitava o saque nos caixas eletrônicos pelo país.
Histórico de valorização
*Fonte Dieese
Em 2004, as Centrais Sindicais, por meio de movimento unitário, lançaram a campanha de valorização do salário mínimo. Nesta campanha, foram realizadas três marchas conjuntas em Brasília com o objetivo de fortalecer a opinião dos poderes Executivo e Legislativo acerca da importância social e econômica da proposta de valorização do salário mínimo. Como resultados dessas marchas, o salário mínimo, em maio de 2005, passou de R$ 260,00 para R$ 300,00.
Em abril de 2006, foi elevado para R$ 350,00, e, em abril de 2007, corrigido para R$ 380,00. Em março de 2008, o salário mínimo foi alterado para R$ 415,00 e, em fevereiro de 2009, o valor ficou em R$ 465,00. Em janeiro de 2010, o valor do piso salarial do país passou a R$ 510,00, resultando em aumento real de 6,02%.
Também como resultado dessas negociações, foi acordado, em 2007, uma política permanente de valorização do salário mínimo até 2023. Essa política tem como critérios o repasse da inflação do período entre as correções, o aumento real pela variação do PIB, além da antecipação da data-base de revisão – a cada ano – até ser fixada em janeiro, o que aconteceu em 2010.
A política prevê que, em janeiro de 2012, o reajuste reponha a inflação segundo o INPC do período mais a variação do PIB de 2010. Como o crescimento do Produto Interno Bruto em 2010 foi, em dado ainda provisório, de 7,5%. A revisão do piso deverá incorporar esta variação mais a inflação medida pelo INPC. O valor do mínimo ainda pode subir se o INPC de dezembro, que só será conhecido em janeiro, superar as estimativas oficiais. Nessa hipótese, o piso salarial será corrigido em fevereiro, sem retroatividade.
(*Alexandre Oliveira, com informações das Agências de Notícias)