“O reconhecimento da Constituição alemã e dos princípios democráticos que a inspiram implica o respeito aos valores aceitos por todos os Países da União Européia, como a defesa da dignidade humana e a paridade entre homens e mulheres. Você concorda com esses princípios?
Qual a sua posição a respeito da afirmação de que toda mulher deve obedecer ao marido e que este tem o direito de bater nela se ela não o faz?
Na Alemanha as lições de natação fazem parte do normal programa escolar. Você permitiria à sua filha a participar delas?
Você considera correto que um homem tranque sua filha e sua mulher em casa para evitar que elas ‘o joguem na vergonha’ em público?
Você terá ouvido falar sobre os ataques de 11 de setembro de 2001 em New York e de 11 de março de 2004 em Madrid. Na sua opinião os autores daqueles atentados eram terroristas ou combatentes da liberdade?
Você descobre que pessoas da vizinhança ou do seu círculo de amigos e conhecidos cumpriram ou estão planejando um ataque terrorista. O que faz?
Algumas pessoas sustentam que os hebreus são os responsáveis de todo o mal no mundo e insinuam que são os responsáveis pelo ataque de 11 de setembro em New York. O que você acha?
Seu filho mais velho lhe diz que é homossexual e que deseja ir viver com outro homem. Como você reage?
Você aceitaria passar por uma visita médica com um médico (para as mulheres) ou com uma médica (para os homens)?
Sua filha/irmã chega em casa e conta ter sido molestada sexualmente. O que você faz, na qualidade de pai/irmão?
Você impediria a sua mulher ou filha de vestir-se como as outras mulheres alemãs?
Qual atividade profissional uma mulher não deveria desenvolver nunca?
O que você faria se sua filha decidisse casar-se com um homem de outra religião?”
As questões acima faziam parte de um questionário de 30 perguntas que o land de Baden-Württemberg instituiu a partir de 1º de janeiro de 2006 aos candidatos muçulmanos à cidadania alemã. O questionário, devidamente assinado e protocolado, era utilizado na decisão pela concessão ou não da cidadania. Em seguida, eraarquivado e utilizado no futuro para caçar a cidadania dos que se comportassem de modo contrário às respostas dadas.
O Sr. Heribert Reich, então responsável pela imigração de Baden-Württemberg e autor da idéia, tornou-se celebridade entre as diversas comunidades estrangeiras e dos direitos civis, não apenas pelo obscurantismo da lei, como também pela enorme ingenuidade de algumas das perguntas. É impressão minha ou algumas notícias são tão cíclicas quanto a idiotice é endêmica?
Felizmente o questionário foi abolido recentemente, mas as entrevistas individuais continuam e sabe-se lá como são feitas. Bilkay Oney, turca imigrada a Berlim aos três anos e atual encarregada da imigração na região, afirmou que em cinco anos nenhum pedido de concessão de cidadania foi negado por causa do questionário. As autoridades finalmente se deram conta da enorme inutilidade do instrumento, mas Olney já advertiu que “a intolerância contra os extremistas vai continuar”. O que será que vem por aí?
**Allan Robert P. J., carioca de nascimento, tem 51 anos, viveu em Embu (SP) por quase duas décadas e lá se casou com Eloá, em 1987. Mudou para Salvador (BA) onde estudou Economia e o casal teve duas filhas. De lá, foram para a Itália, onde vivem atualmente. Allan é micro empresário do ramo automotivo, e Eloá trabalha no ramo de alimentação. Ambos têm raízes (amigos e parentes) na ‘ponte’ Embu-Assis-SP. Allan é irmão dos advogados Bruce P. J. e Dawidson P. J., radicados em Embu. Dawidson já foi do primeiro escalão da Assessoria Jurídica da Prefeitura de Embu no governo Geraldo Puccini Junior (1993-96), e ambos já participaram da diretoria da subsecção da OAB de Embu”.