Na empresa em que trabalhei por alguns anos aqui na Itália, o diretor presenteava os novos contratados com uma fábula sobre a equipe italiana de remo. Aos estrangeiros, como forma de esclarecer sobre um comportamento típico da maioria dos italianos. Aos italianos, para que prestassem mais atenção à importância do trabalho de grupo. Reproduzo a fábula – de autor desconhecido – traduzida por mim.
A equipe italiana de remo
Todos os anos acontece uma competição entre uma equipe de remo italiana e uma japonesa. São oito pessoas em cada barco, com regras, percurso e limites do equipamento bem definidos.
Os organizadores italianos estão muito preocupados, pois a cada ano a equipe deles perde por uma distância maior que no ano anterior. Na penúltima edição da competição a equipe japonesa chegou um quilômetro à frente. Decidiram que era hora de mudar alguma coisa.
Inicialmente substituíram todos os componentes e esclareceram aos novos participantes a função de cada um. A equipe foi montada da seguinte forma: um remador, um supervisor de remo, um orientador, um gerente de equipamento, um navegador, um supervisor de navegação, um inspetor geral e um presidente da equipe, que acabou sendo obrigado a acumular a função de comandante do barco, em respeito ao limite máximo de oito pessoas por equipe.
Todos se concentraram e treinaram com afinco, estudando estratégias, variações meteorológicas, percursos alternativos e táticas modernas. No mesmo ritmo, o remador treinava oito horas por dia. Quatro horas de remo e outras quatro alternadas entre exercícios específicos e teoria de remo. Numa demonstração de empenho, os organizadores contrataram um consultor para manter a união e a moral alta da equipe.
Perderam a última competição com uma diferença de três quilômetros. O barco dos japoneses há anos conta com as mesmas pessoas, tendo um ancião no comando ditando o ritmo através de um pequeno tambor de som grave, enquanto os outros sete remam obedecendo um ritmo cadenciado e veloz.
Imediatamente o remador italiano foi demitido por escasso resultado, não tendo alcançado o objetivo estabelecido. Aos outros membros, foram reconhecidos o esforço e aplicação e todos os sete receberam um bônus em um jantar de confraternização, onde os organizadores aproveitaram para estabelecer as modificações e as novas metas a serem atingidas no ano seguinte. Ao comandante foi presenteada uma miniatura do barco italiano e todos terminaram a noite com a sensação do dever cumprido, apesar de lhes ter faltado a vitória.
Atualmente a equipe italiana oficializou a contratação de um novo remador, e estão analisando materiais alternativos para a construção de um novo barco.
**Allan Robert P. J., carioca de nascimento, tem 51 anos, viveu em Embu (SP) por quase duas décadas e lá se casou com Eloá, em 1987. Mudou para Salvador (BA) onde estudou Economia e o casal teve duas filhas. De lá, foram para a Itália, onde vivem atualmente. Allan é micro empresário do ramo automotivo, e Eloá trabalha no ramo de alimentação. Ambos têm raízes (amigos e parentes) na ‘ponte’ Embu-Assis-SP. Allan é irmão dos advogados Bruce P. J. e Dawidson P. J., radicados em Embu. Dawidson já foi do primeiro escalão da Assessoria Jurídica da Prefeitura de Embu no governo Geraldo Puccini Junior (1993-96), e ambos já participaram da diretoria da subsecção da OAB de Embu”.