Presidente do PT, Rui Falcão, não vê surpresa em candidatura de tucano à prefeitura de São Paulo e diz que partido nunca deixou de criticar a atual gestão municipal
São Paulo – O pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, expressou preferência pela coligação do prefeito Gilberto Kassab (PSD) com o ex-governador José Serra (PSDB). “Fico mais tranquilo. Vou representar melhor as ideias em que acredito”, disse ontem (27) à noite durante encontro com militantes, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo. “Sempre me coloquei com uma plataforma de mudança, nunca abdiquei desse discurso.”
Nas últimas semanas, o PT passou a trabalhar com a possibilidade de parceria com o PSD, que, com dificuldade de chegar a acordo com o PSDB, cogitava declarar apoio a Haddad. Com a entrada de Serra na disputa, porém, Kassab migrou de imediato à coligação com os tucanos, o que não surpreendeu o presidente nacional do PT, Rui Falcão.
“Não foi nenhuma surpresa. Para nós, parecia claro que ele seria candidato. O PT continua fazendo o que já vinha fazendo. Começamos a construir nosso programa de governo, com agenda nos bairros, e continuamos dialogando com partidos da base para eventuais alianças”, expôs ontem durante entrevista coletiva reproduzida pela página da sigla na internet.
Na conversa, Falcão informou que o presidente do PSB, Eduardo Campos, governador de Pernambuco, manifestou que vai apoiar Haddad, contrariando a visão do presidente estadual da sigla, Márcio França, que integra o secretariado do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Ontem, Campos jantou com Dilma Rousseff em Recife. O presidente do PT tenta articular ainda o apoio do PR no primeiro turno, e espera contar com PCdoB e PMDB em uma eventual segunda rodada de disputa. “Com o nome que escolheu (Haddad), com a força do PT, com a aprovação do governo Dilma e com o prestígio do presidente Lula, nossa possibilidade de atrair aliados é muito grande, bem como de vencer as eleições em SP.”
Falcão fez também críticas à atual gestão municipal, acusada de manter “políticas higienistas”, e citou como problemas a serem enfrentados a mobilidade urbana, a falta de vagas em creches e as carências no setor de saúde. Ele negou que o PT tenha deixado de lado nas últimas semanas a postura de oposição à administração Kassab. “Em nenhum momento o Haddad deixou de dizer que quer um programa de mudanças para a cidade. E a crítica à administração Kassab sempre foi feita pela nossa bancada de vereadores, em defesa dos interesses da cidade”, afirmou, adiantando, por outro lado, que estão mantidas as parcerias com o PSD em outras cidades do estado.
(Por: Redação da Rede Brasil Atual)