Secretário dos Transportes Metropolitanos faz reunião festiva prometendo obra pronta até 2017, com candidatos tucanos e aliados presentes. Até lá, três eleições pela frente
Em uma reunião festiva com a presença de tucanos de alta plumagem, ralizada na quinta-feira, 3 de maio, o Secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes anunciou no pátio da Vila Sônia do Metrô a extensão da Linha 4 – Amarela, até Taboão da Serra, com uma estação intermediária denominada Jussara, nas proximidades da bifurcação entre as avenidas Francisco Morato e Guilherme Dumont Villares. O local exato da estação Taboão ainda não está definido, mas poderá ser na altura da Praça Nicola Viviléchio.
O governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), ao participar de uma missa no santuário de Santa Terezinha, em Taboão, no ano passado, chegou a prometer o metrô em Taboão para 2014, ano da Copa do Mundo de Futebol. Porém, agora, Jurandir Fernandes fala em entregar a obra em 2017, daqui a cinco anos, com custo estimado de R$ 350 milhões por quilômetro construído, por meio de túneis, já que o metrô de superfície causaria um enorme custo em desapropriações. Como entre Vila Sônia e Taboão da Serra a distância é de aproximadamente 3.500 metros, a obra, a princípio, custará cerca de R$ 1,2 bilhão de reais.
Da reunião na Vila Sônia participaram a deputada estadual Analice Fernandes (PSDB), seu marido e candidato a prefeito de Taboão da Serra, Fernando Fernandes (PSDB), os vereadores Olívio Nóbrega (PR) e Cido da Yafarma (DEM) e vários pré-candidatos a vereadores da região. A ausência de políticos de outros partidos contrários ao PSDB (como PT e PDT, por exemplo) foi notada. Aparentemente, nem ficaram sabendo do ‘evento’ por não terem sido convidados.
Quanto ao projeto técnico, editais de licitação, custos reais, detalhes do traçado, desapropriações, cronograma das obras, e outros ‘detalhes’, o secretário Jurandir foi extremamente evasivo. De concreto, apresentou um documento com algumas páginas, onde se destaca uma foto aérea da região, com um traçado em tinta amarela sobre o mapa, onde aparecem como estações três locais: Vila Sônia (previsão para entrega em 2014), Jardim Jussara e Taboão da Serra. Em um croqui anexo aparece todo o traçado da atual Linha 4, Amarela, da Estação da Luz até Taboão, com pontilhados entre as estações São Paulo-Morumbi (também ainda não entregue).
Entre 2012 e 2017 haverá três eleições, duas municipais e uma geral. O que se tem visto é que tais eventos serviram nos últimos dez ou vinte anos para que suas fotos ganhem as páginas de jornais e panfletos de campanha, enquanto a população da região, estimada em quase Um Milhão de pessoas, continua a depender de um sistema de transportes baseados em ônibus caros e de má qualidade. Quanto aos candidatos, estão felizes da vida, porque poderão pedir votos para a eleição em 2012, para a reeleição em 2016, em nível municipal, e no meio disso, em 2014, para a eventual reeleição do atual governo estadual, em 2014. Esse ‘estoque’ de eleitores acreditará novamente que o metrô virá para Taboão após todas essas eleições, providencialmente, em 2017? O tempo dirá. Ao menos, nas palavras do Secretário Jurandir Fernandes, para “2017 é certeza” (a entrega da obra pronta). O tempo dirá.
O Metrô da Linha 4 foi projetado pela primeira vez no início dos anos 1970, juntamente com as duas principais vias, a Leste-Oeste e a Norte-Sul. Passados 40 anos, agora, finalmente –ao menos na aparência – o Metrô poderá romper os limites da cidade de São Paulo, via Taboão da Serra.
(Fato Expresso)