Além de prefeito petista de Palmas (TO) e de engenheiro ligado a José Serra, comissão vai ouvir ex-dono da Delta e ex-diretor do Dnit
São Paulo – A CPMI do Cachoeira aprovou nesta quinta-feira (5) a convocação do engenheiro Paulo Vieira de Souza, o Paulo “Preto”, para depor. Ele é acusado de fazer caixa dois para o PSDB paulista com dinheiro do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Na campanha eleitoral de 2010, o engenheiro foi apontado, por caciques do próprio PSDB, como uma espécie de tesoureiro “informal” da campanha do tucano José Serra à Presidência da República. Ele teria sumido com R$ 4 milhões levantados junto a empresários.
Também foram aprovadas as convocações do ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot; do prefeito de Palmas (TO), Raul Filho (PT) ; do ex-diretor da Delta, Fernando Cavendish, de Andréa Aprígio, ex-mulher de Cachoeira; e do empresário Adir Assad, dono de empresas suspeitas de operarem para a Delta.
As datas dos depoimentos ainda não foram definidas pelo presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), mas o líder do PT na Câmara, deputado federal Jamir Tatto, acredita que eles acontecerão em agosto, depois do recesso parlamentar.
Ao todo, a comissão vai analisar 325 requerimentos de depoimentos. “Demos um grande passo hoje e conseguimos convocar pessoas importantes envolvidas com o crime organizado”, diz Tatto.
O relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), quer aprovar, ainda, uma nova convocação de Carlinhos Cachoeira. Na primeira audiência, o acusado não disse nada, munido de um habeas corpus.
Segundo Cunha, Cachoeira “tem dado sinais de que pode falar” à CPMI. “Aliás, ele disse isso textualmente quando aqui esteve. A sua esposa, em reportagens, também sinalizou que ele poderia falar. Então nós vamos deixar esse requerimento aprovado para quando o momento for oportuno”, afirmou em entrevista a Agência Câmara.
Queda das Vigas do Rodoanel
Em novembro de 2009 três vigas de sustentação de um viaduto do Rodoanel caíram sobre a BR-116, esmagando três carros e causando ferimentos nos motoristas que, por milagre não morreram. Falhas na obra causaram o atraso e o encarecimento da obra, que acabou custando R$ 5 bilhões. Na campanha eleitoral de 2010 José Serra negou ligação com Paulo Preto, mas depois teve de voltar atrás, após divulgação na imprensa de fotos suas com o engenheiro que funcionava como uma espécie de ‘tesoureiro’ informal do caixa 2 do PSDB na campanha.
(Por: Sarah Fernandes, da Rede Brasil Atual / Informações complementares de Fato Expresso)