Em queda nas pesquisas e com maior índice de rejeição em são paulo, tucano monta cartilha para cabos eleitorais a fim de desconstruir o candidato do PRB; conteúdo compara Celso Russomano a Fernando Collor, o liga à igreja universal e diz que o republicano tem R$ 2 bilhões na conta
Em queda nas pesquisas de intenção de voto, candidato com o maior índice de rejeição em São Paulo e pressionado a responder que terá de ficar os quatro anos do mandato caso vença as eleições deste ano, José Serra (PSDB) decidiu partir de vez para o ataque contra o seu – por enquanto – maior adversário, o candidato do PRB, Celso Russomano. Reportagem da Folha de S.Paulo desta terça-feira 11 revela o conteúdo de uma cartilha produzida para cabos eleitorais do tucano que pretende descontruir o republicano.
No material, há indicações sobre qual a melhor forma de abordar o eleitor e, principalmente, informações negativas sobre os outros candidatos da disputa, especialmente Russomano, que lidera as pesquisas. Até aqui, nem Serra nem o candidato do PT, Fernando Haddad – tecnicamente empatados nas intenções de voto –, haviam atacado o candidato do PRB com tanta força, limitando a troca de farpas entre os dois.
Na cartilha, Russomano é comparado a Fernando Collor – também eleito por um partido de pouca expressão e depois retirado do Planalto por processo de impeachment, após suspeitas de corrupção. O material também traz dados que têm como objetivo fazer o eleitor mudar de opinião quanto ao bom caratismo do candidato. Segundo o jornal, um dos capítulos recebe o título de “As verdades sobre Russomano”. Um exemplo é a tentativa de desfazer sua imagem de pobre, revelando que ele declarou bens de R$ 2 bilhões. A Folha corrige a informação dizendo que, na verdade, Russomano declarou ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) o valor de R$ 2 milhões.
Outra estratégia é ligar o deputado federal à Igreja Universal do bispo Edir Macedo. A igreja tem vínculos com o PRB – presidido por um bispo licenciado – e Macedo é dono da TV Record, emissora em que Russomano tinha um quadro de defesa do consumidor e da qual recebe forte apoio. Segundo uma pesquisa realizada pelo comitê do candidato Gabriel Chalita (PMDB), o eleitor que votaria em Russomano admite mudar de ideia quando é informado que ele é apoiado pela Universal.
Mais sutilmente, Fernando Haddad é apresentado na cartilha como “boneco de Lula” e responsável pela criação da taxa do lixo na gestão anterior do PT, da prefeita Marta Suplicy. Dirigente do PSDB, Edson Marques admitiu a linha assumida na cartilha, mas disse que a coordenação da campanha não conhecia o conteúdo do material.
Por Brasil 247.