Pesquisas indicam que 1/3 do eleitorado tradicional do PT na cidade ainda não sabem que ex-ministro da Educação é o candidato do partido
São Paulo – Faltando 22 dias para o primeiro turno das eleições municipais, o candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, inicia neste fim de semana uma série de atividades para “recuperar” o voto de petistas que estariam migrando para Celso Russomanno (PRB). Para tanto, Haddad vai percorrer redutos históricos do partido ao lado das principais armas de sua campanha nesta reta final: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ex-prefeita, agora ministra da Cultura, Marta Suplicy.
Lula e Marta desembarcam na periferia já neste sábado. Eles participam de comícios no Capão Redondo (16h) e na Cidade Dutra (19h), ambos na zona sul da cidade. Amanhã estarão com Haddad em um centro de tradições nordestinas na zona Oeste, em evento que deve contar com a presença de vários governadores do Nordeste.
Pesquisas de intenção de voto indicam que cerca de um terço dos eleitores do partido desconhecem Haddad e não o identificam como “o candidato de Lula”, principalmente nas regiões periféricas da cidade, onde o PT é mais forte. Na corrida eleitoral, segundo todos os levantamentos de intenção de voto, Haddad divide o segundo lugar com José Serra (PSDB), na casa dos 18%. Russomanno lidera com 35%.
Levantamento do Ibope divulgado na quinta-feira (13) indica que a tendência de crescimento de Haddad, registrada nos estudos anteriores, teria sofrido uma interrupção. Ele estaria com 15% e Serra com 19%.
Mas o coordenador da campanha petista, Antonio Donato, diz possuir números diferentes. “Trabalhamos com nossos levantamentos, que mostram nossa campanha na frente de Serra. Vamos buscar crescimento na periferia, principalmente com os comícios de Lula e Marta”, afirma. “As periferias de São Paulo representam 63% do eleitorado, e estamos investindo muita energia lá.”
De acordo com Donato, apenas entre 16% e 17% dos eleitores dizem “conhecer bem” o candidato do Partido dos Trabalhadores. “Ninguém vota em quem não conhece. Não adianta ansiedade. O nível de conhecimento cresce aos poucos durante a campanha”.
Ele aposta nos comícios para descolar Haddad de Serra e tirar a diferença a favor de Russomanno. Perguntado sobre se a entrada de Marta na campanha já poderia ser mensurada numericamente nas zonas sul e leste, onde a popularidade dela é grande, Donato diz que a conquista desses votos não se dá por “saltos”, mas é cumulativa e vai se manifestar na eleição, segundo ele. O mesmo se daria com os resultados do apoio, agora explícito, no horário eleitoral da TV, da presidenta Dilma Rousseff.
Por: Eduardo Maretti da Rede Brasil Atual