Entrevistado pelo jornalista Carlos Tramontina, o petista ressaltou que o Supremo vai dar uma prova cabal de que tratou todos os partidos de forma igual quando levar o mensalão tucano a julgamento
São Paulo – O candidato à prefeitura de São Paulo Fernando Haddad (PT) foi o entrevistado do jornal SPTV, da Rede Globo, na noite de hoje (17). Ontem, o programa ancorado pelo jornalista Carlos Tramontina recebeu o adversário do petista, José Serra, do PSDB.
Tramontina iniciou a entrevista com pergunta sobre o julgamento da Ação Penal 470, o chamado mensalão. O apresentador quis saber se, como o diretório nacional do PT, Haddad “apoia e aplaude os ‘condenados’ ex-deputado José Genoino e o ex-ministro da casa Civil José Dirceu”. O candidato petista se valeu de um princípio republicano para responder. Ele disse que ainda é candidato, mas, como chefe do Executivo, teria de respeitar a decisão do Supremo Tribunal Federal, com uma ressalva: “Eu não acompanhei o processo porque ele coincidiu com a campanha eleitoral. Não passou um dia de não coincidência de um calendário e outro”.
Haddad, como na sabatina da rádio CBN na manhã de hoje, lembrou que o procurador-geral da República que fez a denúncia no caso do “mensalão”, Antonio Fernando Barros e Silva de Souza, foi reconduzido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assim como o atual procurador, Roberto Gurgel, que deu continuidade à denúncia. O petista acrescentou que oito dos dez ministros que atualmente compõem a Suprema Corte foram, também, indicados pelo ex-presidente Lula.
‘Mensalão tucano’
O petista lembrou também o mensalão tucano. “Temos de aguardar a condução dos trabalhos até a condução do julgamento do chamado mensalão do PSDB de Minas, porque aí o Supremo vai dar uma prova cabal de que julgou todos os partidos de forma igual.”
Na entrevista, Tramontina quis saber por que Haddad, como ministro da Educação, não intercedeu “a favor dos estudantes paulistanos”, já que, segundo ele, São Paulo não recebeu nenhum centavo do governo federal para a educação. Haddad desmentiu o âncora. “Ao contrário, Tramontina, nós fizemos o maior programa de inclusão social da história da educação em São Paulo”, afirmou. “O número de bolsistas do Pro-Uni em São Paulo supera o de alunos da Universidade de São Paulo, a maior do país.”
O candidato afirmou também que a prefeitura comandada por Gilberto Kassab (PSD) não aproveitou a disponibilidade de verbas do governo federal na saúde, como para trazer Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), além de projetos de outras áreas.
Diferentemente do tratamento dado a Serra, Tramontina apertou Haddad o tempo todo. O jornalista insistiu, querendo saber se Haddad não poderia como ministro ter se antecipado para resolver o problema das verbas federais para São Paulo, “para interceder” pela população paulistana. “Você fizeram uma matéria no SPTV há quase dois anos em que eu dizia que os recursos estavam disponíveis para as creches, e o então secretário de Educação do Kassab, hoje vice do Serra (Alexandre Schneider, do PSD), disse que não tinha terrenos. Você acha, paulistano, que é justo um secretário de Educação alegar falta de terreno para não receber 250 milhões do governo federal? Isso está gravado nesta emissora”, rebateu.
Por: Redação da Rede Brasil Atual