Geraldo Cruz *
A região sudoeste de São Paulo registrou aumento de 20% no número de homicídios, considerados os meses de janeiro a setembro, em relação ao mesmo período do ano passado. Em todo o estado, o número de homicídios subiu de 3.069 em 2011 para 3.329 este ano, o que representa aumento de 8,5%.
De acordo com os dados da Secretaria de Segurança Pública, 119 pessoas foram assassinadas nos municípios de Taboão da Serra, São Lourenço, Juquitiba, Itapecerica da Serra, Embu-Guaçu e Embu das Artes, até do dia 26 de setembro. Em 2011, no período, foram registrados 99 casos de homicídios dolosos – aquela situação em que há intenção do assassinato.
As informações revelam ainda que a autoria do crime é conhecida em apenas duas das ocorrências, portanto, há 117 vítimas cujos algozes não foram identificados, permanecendo impunes.
O mês de janeiro foi o mais violento, com 19 casos. A partir daí houve uma tendência de queda até abril, quando os números voltaram a subir, atingindo 16 crimes em setembro.
Taboão da Serra tem a situação mais dramática. Em julho do ano passado, a cidade teve o registro de apenas um homicídio, número que subiu para 17 este ano. O mesmo aconteceu nos meses de agosto, com 2 casos, e setembro, com 4; contra 10 homicídios em cada um desses meses deste ano.
Também Embu das Artes teve aumento nos casos, sendo que setembro registrou ampliação de 100% em relação ao ano passado – de 3 para 6 casos.
São Lourenço, que não tinha registrado nenhum caso em 2011, no trimestre, este ano teve duas ocorrências, ambas em agosto.
Os especialistas nos ensinam que as taxas de homicídios variam de acordo com o período do ano. Explicam que os meses de calor tendem a registrar maiores taxas, em virtude do aumento do período das pessoas nas ruas, notadamente em bares e outros ambientes por onde circulam bebidas alcoólicas e outras drogas.
Também há quem justifique os números relatados acima como uma tendência geral, que atingiu todo o estado de São Paulo, não sendo um fenômeno localizado em nossa região.
No entanto, é preciso considerar que os assustadores números de Taboão da Serra e Embu das Artes, felizmente, não se repetiram nos demais municípios. Considerado o período de julho a setembro, houve redução em Embu-Guaçu, de 5 para 2 casos; e Juquitiba, onde ocorreu um homicídio em 2011 e este ano, no período, nenhum.
Itapecerica manteve o número de 6 casos, como também a distribuição – 3 em julho, 1 em agosto e 2 em setembro, nos dois anos.
Não é preciso muito esforço para identificar uma situação alarmante em Taboão da Serra, e preocupante em Embu das Artes, confirmadas pela tragédia ocorrida na madrugada do último dia 8/10, quando 8 pessoas foram assassinadas no primeiro município e 2 no segundo.
Não se trata de ensinar “o padre nosso ao vigário”, mas suponho que as autoridades responsáveis pela segurança pública do Estado de São Paulo deveriam, a partir da identificação de situações tão peculiares, traçar uma linha de investigação baseada nos recursos de inteligência da polícia.
Ao longo desses quase três anos de mandato na Assembleia Legislativa temos feito a interlocução entre moradores das cidades da região Sudoeste e a Secretaria de Segurança Pública. Muitas são as solicitações para o aumento do efetivo policial e dos equipamentos de segurança, notadamente viaturas.
Em todos os documentos temos demonstrado o déficit de recursos humanos e materiais da segurança nos diferentes municípios. E reafirmamos aqui a necessidade de ampliação das contratações de policiais, a melhoria de suas condições de trabalho e também mais recursos para equipamentos.
A realidade verificada em Taboão e Embu das Artes, aqui descrita, aponta em outra direção, complementar às ações preventivas e repressivas, que poderiam evitar os crimes. Apelamos para a vontade política dos governantes e para a eficiência e inteligência dos profissionais da segurança pública para identificar e punir, nos parâmetros impostos pela lei, os criminosos.
Não é admissível que mães continuem a chorar seus filhos mortos sem a esperança de, ao menos, conhecer seus assassinos e as razões de sua morte. Trata-se de valorizar o maior e mais supremo direito de todas as pessoas – a vida.
Ha muito tempo que vivemos a Terceira Guerra Mundial não declarada e não reconhecida: A dos anônimos, traficantes, terroristas, grupos armados, … Quase sempre por religião, dinheiro e poder contra os estados. Simples fruto da cultura e do estilo de vida moderno…
Ate qunaod não reconheceremos isso???