Tribunal do Juri foi iniciado na quinta-feira, 22 de novembro. Prefeito petista foi assassinado há dez anos em Juquitiba
São Paulo – Depois de ser adiado por duas vezes começou na quinta-feira (22), no Fórum de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, o julgamento de Itamar Messias Silva dos Santos – um dos sete réus do processo do assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), ocorrido em janeiro de 2002 em Juquitiba.
A sessão estava marcada para as 9h30, mas só foi aberta duas horas depois porque o advogado de defesa, Jacob Gonçalves Filho, chegou atrasado ao local. Como de praxe, o juiz Antonio Augusto Galvão de França Hristov leu a denúncia do Ministério Público (MP). O júri é formado por quatro mulheres e três homens e, como o réu será o único a ser interrogado, a previsão é de que o julgamento terminasse no mesmo dia.
Digitais incriminam
As digitais de Itamar foram encontradas no veículo usado no sequestro da vítima que foi executada a tiros, na Estrada das Cachoeiras, em Juquitiba. O promotor de Justiça Márcio Augusto Friggi de Carvalho deve manter a posição de que o crime foi encomendado. Investigações feitas pelo MP apuraram que a morte estava relacionada a um esquema de corrupção na área de transportes de Santo André, no ABC Paulista.
Dos sete acusados, cinco já foram condenados. O último a ir para o banco dos réus é o empresário e amigo de Celso Daniel, Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, acusado de ser o mandante do crime. Os advogados dele tentaram barrar o prosseguimento da ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF), mas, segundo o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, o julgamento deverá ser marcado para o próximo ano.
No último mês de agosto, embora tenha negado diante do júri a participação no crime, Elcyd Oliveira Brito, o John, foi condenado a 22 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado. As provas neutralizaram as chances de defesa. Ele decidiu agir sob a promessa de receber recompensas.
Os que já respondem às sentenças judiciais são: Marcos Bispo dos Santos, condenado a 18 anos de prisão, em novembro de 2010; Ivan Rodrigues da Silva, a 24 anos de prisão; José Edison da Silva, a 20 anos, e Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira Silva, a 18 anos de reclusão. Os três últimos foram julgados em maio deste ano.
Celso Daniel foi executado com oito tiros em janeiro de 2002. Ele foi sequestrado logo depois de sair de um restaurante com o empresário e amigo Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, acusado de ser o mandante do crime. O corpo de Celso Daniel foi encontrado dois dias depois na Estrada das Cachoeiras, em Juquitiba, cidade vizinha de Itapecerica da Serra.
(Marli Moreira, Repórter da Agência Brasil)