Para novo titular da Segurança Pública em São Paulo, combate ao crime não é incompatível com direitos humanos
Fernando Grella Vieira durante a posse no Palácio dos Bandeirantes: crime organizado não ficará sem resposta (Foto: Fotoarena/Folhapress)
São Paulo – O novo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira, afirmou hoje (22), em seu discurso de posse, que dará continuidade à atual de política de combate ao crime no estado – que levou ao que o próprio governo chama de “guerra” entre o PCC e a Polícia Militar, com a explosão dos assassinatos nos últimos meses.
“O enfrentamento destemido da violência terá continuidade”, disse Vieira, concluindo adiante que “o crime organizado não ficará sem resposta”. Para ele a Polícia simboliza o estado. “A farda e o distintivo são a própria pele do policial”.
O secretário deu a entender, porém, que pretende ter uma atitude diferente da gestão antiga, no que se refere ao diálogo com a sociedade e aos movimentos que denunciam a violência policial contra as população mais pobres.
“É preciso acabar com a noção de que o combate firme ao crime e os direitos humanos não são compatíveis”, disse.
Vieira adiantou que pretende “aperfeiçoar” os programas de Segurança Pública com “novas formas de atuação” e “todo tipo de inovação”, mas não apresentou detalhes de como fará isso.
Interesses poderosos
Durante a cerimônia, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) gastou boa parte de seu discurso em elogios ao ex-secretário Antonio Ferreira Pinto, que perdeu o posto por não conseguir conter o recrudescimento da violência no estado.
Alckmin disse que Ferreira Pinto promoveu “avanços” na área e contrariou “interesses poderosos”. O governador não revelou quais seriam os interesses contrariados. “Esse trabalho não se perderá. (…) Vamos vencer porque temos legitimidade para agir”, afirmou.
Depois, fazendo reparos à fala de Grela Viera, produziu uma frase que ajuda a explicar o descontrole na área de Segurança. “É pouco dizer que o policial representa o Estado. Ele é o Estado.”
Por: Raimundo Oliveira, da Rede Brasil Atual