Suspeita de negligência em morte de recém-nascido expõe deficiências do Hospital Geral de Itapecerica
Recentemente o governador Geraldo Alckmin esteve no Hospital Geral do Pirajussara (HGIS) para anunciar um investimento de R$ 3 milhões na sua ampliação e trouxe na bagagem a notícia de que o hospital é o primeiro equipamento público do País a receber a acreditação Joint Commission Internacional (JCI), que atesta a qualidade e a segurança ao paciente. No entanto, nenhuma dessas notícias pôde mudar o destino de um bebê que caiu de uma maca hospitalar e veio a falecer na unidade.
A notícia da morte de kauê, no domingo (5 de maio), chocou os itapecericanos e revelou uma anomalia que acomete os equipamentos hospitalares na região – o despreparo de seus servidores.
Segundo informou o pai da criança, André Edmilson, um procedimento que parecia padrão se transformou em tragédia. A enfermeira que estava de plantão deixou o recém-nascido em uma maca no quarto onde a mãe fazia seu resguardo pós-parto e nada pôde fazer para evitar o ocorrido. A criança rolou e caiu de uma altura superior a 1 metro, sofrendo luxação no braço direito e um traumatismo craniano, que levou à formação de um coágulo no cérebro.
O caso foi registrado na Delegacia de Itapecerica da Serra como lesão corporal culposa (quando não há intenção de ferir). A ocorrência não foi aberta como homicídio culposo, porque até aquele momento a criança ainda estava na UTI, falecendo posteriormente. A enfermeira foi afastada de suas funções. A Secretaria de Estado da Saúde emitiu nota informando que o hospital “lamenta o ocorrido, se solidariza com a dor sofrida pela família, se colocando à disposição dos parentes para quaisquer informações necessárias”.
Kauê nasceu de cesariana, pesando três quilos e 60 gramas, tinha boa saúde antes do acidente, e foi sepultado no Cemitério Parque dos Ipês, na Estrada Ary Domingues Mandu. A família reside na região do Valo Velho.
*Alexandre Oliveira