É comum ouvir respostas extremas para esta pergunta, mas você sabe que essas nem sempre são as melhores. Pensando nisso, decidimos comentar alguns fatores que sempre são levados em consideração por quem vive esse dilema.
Estabilidade
É fato que um funcionário público dificilmente será demitido. Exceto em caso de desonestidade comprovada, o emprego está garantido. Graças a essa estabilidade, é possível fazer planos de longo prazo como financiar imóveis, viagens e a educação dos filhos. Por outro lado, os reajustes salariais podem não acompanhar a dedicação do profissional, pois eles são muito dependentes das políticas do governo. O medo de perder a estabilidade pode levar um indivíduo insatisfeito, com o salário ou com as atividades, a não buscar outra atividade, como faria se estivesse na iniciativa privada. Essa frustração profissional pode se refletir na vida pessoal e tornar a estabilidade uma vilã.
Na iniciativa privada, a progressão profissional está quase sempre associada à sobrecarga de trabalho, manutenção de relacionamentos pouco saudáveis e muita pressão psicológica. Ou seja, fatores que comprometem a qualidade de vida de qualquer pessoa. É comum pensar que no serviço público será diferente, mas não é o que acontece nos cargos mais disputados.
Os funcionários públicos com maiores salários têm, em geral, grandes responsabilidades. Situações de pressão fazem parte da rotina de auditores, fiscais e promotores. Poucos são os servidores que crescem na carreira trabalhando apenas 8 horas por dia e tirando duas férias por ano. Além disso, assim como na iniciativa privada, os melhores profissionais acabam assumindo o trabalho dos menos dedicados. Tendo, assim, sua qualidade de vida bastante prejudicada.
Realização profissional
Como o governo é o responsável pela administração da sociedade, muitas das funções exercidas nos órgãos públicos são burocráticas. Mas essas atividades também existem em empresas privadas e há pessoas que se adaptam muito bem a essa dinâmica. Entretanto, a motivação para a carreira pública nem sempre está relacionada às atividades, o que pode resultar em frustração profissional. No início, como tudo é novidade, o indivíduo está empolgado e envolvido com o trabalho. Mas com o tempo, a rotina burocrática pode trazer insatisfação, levando o profissional a buscar, inclusive, outras alternativas.
Enfim, se o seu perfil não for o mais adequado para a carreira pública, não adianta insistir. Por isso, antes de mergulhar num concurso público, converse com alguns servidores e fique sempre atento às oportunidades na iniciativa privada, na sua área de interesse.
*Fonte Kuadro