O prefeito de Embu das Artes, Chico Brito, se assemelha a um personagem criado pelo cartunista Ziraldo na década de 80, do século passado, chamado Menino Maluquinho. O Menino Maluquinho é um garoto sapeca e cheio de invenções malucas que só cabem em seu mundo de fantasias.
Chico Brito não é diferente, ele acha que Embu é uma cidade de fantasias onde pode fazer as invenções que quiser. Uma das primeiras foi querer trocar o nome da cidade de Embu para Embu das Artes, nome que a cidade já era popularmente conhecida e reconhecida. A grande lembrança que a mudança deixou para a população foram as taxas que tiveram que ser pagas para alterar as placas dos carros.
Outra grande invenção de nosso prefeito foi a construção de uma universidade federal com um campus moderno e com cursos que dialogassem com a vocação da cidade. As obras tiveram início, porém, a construção está embargada na justiça, pois foi feita de forma irresponsável e sem autorização, sobre o Parque da Várzea do Rio Embu-Mirim, uma área de compensação ambiental dos impactos provocados pelas obras do Rodoanel trecho sul.
Vale lembrar que o ministério do Turismo despejou 8 milhões na cidade para a construção do parque e da universidade.
Ainda não contente, a Câmara de vereadores, com a ordem do prefeito, aprovou uma cessão de direito de uso por 50 anos de uma área no Parque da Várzea do Rio Embu-Mirim para a construção, pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp),de uma unidade do SENAI. É a mesma área onde está embargada a obra da universidade.
Não cabe aqui discutir a importância e os benefícios da universidade e do SENAI, porém um administrador público não pode brincar com o povo e prometer o que não pode cumprir.
No mês agosto de 2013, o prefeito anunciou a entrega de algumas obras intituladas como “agosto espetacular”. Entre as inaugurações estava a o residencial Baviera com 224 apartamentos do programa Minha Casa, Minha Vida, os moradores contentes com a moradia melhor não imaginavam os problemas que enfrentariam, principalmente com a falta de abastecimento de água, que se tornou uma rotina nos últimos 5 meses.
O estopim foi durante as festas de final de ano onde os moradores ficaram 5 dias sem água entre o natal e o ano novo. A revolta foi tão grande que cerca de 200 moradores foram para a rua e travaram a Av. Augusta de Almeida Batista no último dia 3 de janeiro exigindo água. Na fala dos moradores estava a revolta pelo prefeito ter inaugurado um condomínio onde não chega água, uma baita irresponsabilidade.
Também no mês de agosto foi entregue a famosa Rodoviária com a promessa de oferecer transporte para mais de 40 destinos, como litoral e interior de São Paulo e outros Estados como Minas Gerais, Paraná, Santa Catariana , entre outros, porém a obra que custou 5 milhões aos cofres públicos, hoje não passa de um estacionamento para os ônibus e micro-ônibus do transporte municipal e da empresa Transarte, além de ser uma agência de viagem que vende passagens para as pessoas embarcarem na Barra Funda ou no Tietê.
Na cidade criada pelo Chico Brito Maluquinho, ele também é o único que pode encher a cidade propaganda, a cada dia surge um novo outdoor que faz propaganda das ações da prefeitura ou com mensagens pessoais do prefeito e vice-prefeito, contrariando inclusive a lei municipal de publicidade.
Apesar das semelhança,s há uma grande diferença entre o Menino Maluquinho do Ziraldo e o Chico Brito Maluquinho. O personagem do Ziraldo é um menino que tem todo o direito de sonhar, inventar e expandir a sua criatividade, diferente do Chico Brito onde sua invenções e maluquices custam muito caro à população Embuense.
*retirado do Blog do Juninho – http://blogdojuninhopalmarino.blogspot.com.br/
——
Joselicio Junior – Juninho – é Jornalista e pós-graduado em Mídia Informação e Cultura pelo CELACC/ECA-USP. É membro da coordenação Nacional do Círculo Palmarino, corrente do movimento negro, e presidente do Instituto de Estudos Afro-Brasileiro Manuel Querino. Morador de Embu das Artes há mais de 20 anos, integra a direção municipal do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).