O ex-prefeito de Embu das Artes, Oscar Yazbek faleceu na quinta-feira, 10 de abril de 2014, aos 77 anos de idade. Não foi divulgada a causa da morte, mas o político, afastado da vida pública desde o ano 2000, tinha problemas de saúde decorrentes de um infarto e um derrame cerebral, ocorridos entre 1998 e 1999.
A ligação de Oscar Yazbek com Embu iniciou-se ainda nos anos 1950, já que o pai dele, Elias instalou em 1954 a primeira fábrica de grande porte da cidade, a Yazbek Cia de Papéis e Papelão Ltda, empregando dezenas de trabalhadores. A empresa funcionou até os anos 1980, quando foi vendida a um grande grupo do ramo.
Oscar Yazbek foi presidente da ACIE (Associação Comercial e Industrial de Embu) e em 1972 venceu as eleições para Prefeito pelo MDB – Movimento Democrático Brasileiro, permanecendo no cargo entre 1973 e 1976, quebrando a hegemonia dos antigos políticos locais da ARENA – Aliança Renovadora Nacional, Annis Neme Bassith e Joaquim Mathias de Moraes, o Quinzinho, que dominaram a política de Embu por 12 anos, desde a Emancipação.
Durante seu governo, Yazbek cuidou da periferia, criou um Estádio Municipal no Jardim Dom José, entre outras realizações, mas foi muito criticado também. Mas seu sucesso como administrador foi atestado por sua eleição, em 1978, ainda pelo MDB, como Deputado Estadual, o primeiro da história da cidade.
Em 1980, com a reforma partidária, não aderiu ao PMDB, mas ao PDS – Partido Democrático Social, sucessor da ARENA, que dava sustentação à ditadura militar. O governador à época, eleito de forma indireta (biônico, como se dizia à época) era Paulo Salim Maluf, a quem Yazbek dedicava apoio político e admiração.
Em 1982 Yazbek saiu da vida pública e ficou no ostracismo, perdendo várias eleições em Embu, até que em 1996, numa eleição conturbada, conseguiu vencer com menos de 25% dos votos, numa cidade dividida.
O governo de Yazbek entre 1997 e 2000 foi totalmente conturbado, em meio a denúncias de corrupção. Ele foi investigado diversas vezes pela Câmara, acusado de desvio de recursos em obras públicas e na coleta de lixo da cidade, de recebimento de propina em um caso de gravação de vídeo enviada à Rede Globo de televisão, transmitida em rede nacional.
Durante sua administração, parte de sua própria equipe de governo se rebelou e foi demitida, permanecendo nos cargos em maioria secretários vindos de São Paulo, trazidos por Yazbek para colaborarem com sua administração, mas que se mostraram ineptos. Até o vice-prefeito de sua chapa, o ex-presidente da Câmara Josmar Begalli de Figueiredo afastou-se de Yazbek, denunciando-o várias vezes na Câmara. Josmar chegou a assumir a prefeitura interinamente em algumas ocasiões.
Oscar Yazbek chegou a ser cassado pela Câmara em dezembro de 1999 e afastado do cargo por várias vezes, ou pela Câmara, ou por problemas de saúde. Porém ele sempre conseguiu voltar ao cargo, terminando seu mandato de forma melancólica em 31 de dezembro de 2000.
A partir do final de seu mandato, há 14 anos, retirou-se da vida pública e viveu sempre na cidade de São Paulo, até seu falecimento. Oscar Yazbek deixa mulher e três filhos. O sepultamento foi marcado para as 14 horas da sexta-feira (11/4), no Cemitério Gethsemani, na Capital.
(Reportagem: Márcio Amêndola de Oliveira)