Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (17) que não tem pressa em indicar o novo ministro para o Supremo Tribunal Federal (STF). Ele repetiu que antes de tomar uma decisão irá conversar com a presidenta eleita, Dilma Rousseff. Lula disse que fará o mesmo em relação à escolha de diretores para agências reguladoras. “A única coisa que posso dizer para vocês é que irei partilhar com a nova presidenta, como quero partilhar também os nomes para as agências”.
Lula explicou que não quis escolher um nome durante o processo eleitoral porque era preciso respeitar quem quer que fosse eleito. “A pessoa vai exercer sua função na Suprema Corte durante alguns anos no mandato de outra pessoa”. O presidente disse que vai conversar também com o presidente do Senado, José Sarney, sobre o prazo para a sabatina do novo ministro. “Sei que o Congresso Nacional vai funcionar até o dia 17 de dezembro. Vou conversar com o presidente Sarney e saber qual a possibilidade de mandar e ser votado também”, disse após cerimônia no Palácio do Planalto.
Dilma é quem escolhe novos Ministros
Lula voltou a afirmar que não irá indicar pessoas para o governo da presidenta eleita. “O governo tem que ser a cara e a semelhança dela”. Questionado sobre a permanência do presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, à frente da estatal no governo de Dilma, o presidente disse que só pode garantir até o dia 31 de dezembro deste ano.
Críticas ao ‘blocão’ do PMDB
Lula criticou a formação de um bloco de partidos na Câmara dos Deputados e disse que não se deve mexer de forma abrupta na política. “Tenho uma definição de política que é a seguinte: política é como o leito de um rio, se a gente não for um desmancha-ambiente a gente deixa a água correr tranquilamente e tudo vai se colocando de acordo com o que é mais importante. Se as pessoas tentam de forma conturbada mexer na política pode não ser muito bom”, afirmou Lula após cerimônia no Palácio do Planalto.
Na terça-feira (16), a bancada peemedebista na Câmara anunciou a criação de um bloco de partidos integrado pelo PMDB, PP, PR, PSC e PTB para a próxima legislatura. O grupo reuniria 202 deputados, 55 a menos do que o número necessário para obter a maioria da Câmara. Com isso, o PT, que elegeu a maior bancada (88 deputados), passaria a ser a segunda força parlamentar. De acordo com a tradição da Casa, a maior bancada ou bloco partidário fica com a presidência da Câmara, e foi exatamente isto que contrariou Lula e o PT.
(Por: Yara Aquino / Rede Brasil Atual)