PM foi às ruas para reprimir com bombas de gás e balas de borracha o protesto dos estudantes que reclamaram da tarifa de R$ 3,00 determinada pelo prefeito Kassak
São Paulo – A Polícia Militar reprimiu no início da noite desta quinta-feira (13) um protesto contra o aumento da tarifa de ônibus na capital paulista. Aplaudidos por comerciantes, cerca de 700 manifestantes faziam passeata pelo centro da cidade quando, nas proximidades da Praça da República, foram atacados com balas de borracha e bombas de efeito moral. Vários estudantes relataram à reportagem da Rede Brasil Atual que a manifestação se desenvolvia de forma pacífica e não houve nenhum ato que justificasse a reação da PM.
Foi o terceiro ato liderado pelo Movimento Passe Livre (MPL) contra o reajuste das passagens de ônibus em São Paulo, que desde o dia 5 passou de R$ 2,70 para R$ 3. Um novo protesto está marcado para o dia 20, na avenida Paulista.
Segundo seu site oficial, o MPL é “um movimento social brasileiro que luta por um transporte público de verdade, fora da iniciativa privada”. O objetivo é garantir acesso universal (ao transporte) por meio do passe livre para todas as camadas da população. “Hoje o MPL quer aprofundar o debate sobre o direito de ir e vir, sobre a mobilidade urbana nas grandes cidades e sobre um novo modelo de transporte para o Brasil”, diz a apresentação.
“O movimento sabe que é uma luta longa e vamos continuar com as manifestações até a volta às aulas, até que mais estudantes venham para as ruas”, afirmou Lucas Monteiro, representante do MPL. Segundo o MPL, cerca de 30 pessoas foram presas e encaminhadas ao 3º DP, na região central.
O aumento foi anunciado no final de 2010 pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), e significou um reajuste de 11,11% na tarifa. A inflação no município de São Paulo em 2010 foi de 6,4%, segundo o IPC-Fipe.
(Por: Jéssica Santos de Souza, Rede Brasil Atual)