O artista plástico Panayotis Emmanuel Kontokanis, de 69 anos, um dos mais antigos em atividade em Embu, faleceu na segunda-feira, dia 14, às 22h30, após um longo período de internação no Hospital São Camilo, em São Paulo. Ele estava havia quase dois anos internado após uma parada cardíaca e um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Durante a sessão da Câmara Municipal nesta quarta-feira, dia 16, o presidente Silvino Bomfim (PT) anunciou a morte do artista.
“Quero informar que faleceu um grande artista grego de Embu, o senhor Panayotis Kontokanis, e em sua homenagem faremos um minuto de silêncio”, disse Silvino. Os vereadores e o público permaneceram em silêncio e de pé, em
homenagem ao artista.
Quem foi Panayotis
Panayotis nasceu em 10 de junho de 1941 em Atenas, Grécia. Segundo o livro de Raquel Trindade “Embu, de Aldeia de M’Boy a Terra das Artes” (ainda inédito), a trajetória do artista iniciou-se aos 18 anos, quando na Igreja de São Nicolau, na capital grega, conheceu o mestre em arte bizantina George Georgakopoulos, da Escola Politécnica da Grécia.
Georgakopoulos proporcionou ao discípulo alguns anos de intensa aprendizagem na arte do afresco, técnica que permitiu a Panayotis a execução de pinturas no interior de três templos ortodoxos no Brasil, todos em estilo bizantino.
O artista passou a viver em Embu a partir de 1968, depois de sair de seu país e passar pela Suíça e França. No Embu, participou dos tradicionais salões de artes que eram realizados anualmente e que acabam de ser retomados pelo governo do prefeito Chico Brito, em 2010.
Panayotis foi pintor, escultor, decorador e tradutor. Realizou muitos trabalhos em óleo sobre tela, em que revelava uma relação paralela entre música clássica e a pintura, desenvolvendo ainda um trabalho com a temática da mitologia grega.
Com quatro exposições individuais, dezenas de coletivas e muitos prêmios, Panayotis ainda traduziu do grego antigo para a língua portuguesa a peça “Édipo Rei”, de Sófocles, encenada na Cetap (Companhia Estável de Teatro de Piracicaba — no interior paulista), em 1995.
Segundo a Prefeitura de Embu, Panayotis “sempre será lembrado por suas telas com imagens de aves, símbolos, vultos, paisagens fantásticas e que integraram a exposição realizada no centro Cultural Mestre Assis do Embu em 2010”.
Panayotis deixa a mulher, Janete, a filha, Alexandra, as netas Maiara e Helena, e o genro Caçapava, percussionista de Embu — eram sua família no Brasil. O corpo foi enterrado nesta terça-feira, dia 15, às 17h, no Cemitério do Rosário, no centro da cidade.
(Márcio Amêndola – da Assessoria de Comunicação da Câmara Municipal, com informações de Elke Lopes Muniz e Raquel Trindade)
Panayotes foi mesmo uma grande perda, mas se esqueceram de falar que além de artista e escultor ele era um excelente músico.
Além disso o nome de sua neta era com “Y” como o nome dele: Mayara.