O PSDB de Embu poderia ter dado uma demonstração de força no dia 13 de março, domingo, quando o governador Geraldo Alckmin baixou na cidade para inaugurar 160 apartamentos da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano) na Vila Isis Cristina, num projeto de mutirão habitacional.
Palanque armado, som ligado, mais de 500 pessoas na platéia, algumas das quais as felizes proprietárias dos apartamentos novinhos em folha. Durante a cerimônia, secretários do governo paulista e um animado locutor se revezavam. Dos dois deputados da região presentes, somente deram a palavra à ‘prata da casa’ tucana, Analice Fernandes, enquanto Geraldinho Cruz (PT) teve de se contentar em apenas ser anunciado.
O caldo começou a azedar quando o prefeito embuense, Chico Brito (PT) conseguiu ser a única autoridade de Embu a fazer uso da palavra. O prefeito derramou elogios a Alckmin, mas lembrou que a DERSA está devendo as obras de compensação pela construção do Rodoanel em cima de Embu. A principal reivindicação é a construção de um viaduto entre as Avenidas Rotary e Elias Yazbek, além de consertos de buracos nas vias em função dos milhares de caminhões que trafegaram durante a obra pela cidade. O governador sinalizou que colocará o pedido em pauta imediatamente.
Fiasco na Convenção
Mas, os percalços do PSDB de Embu não terminaram por aí. Membros da atual Executiva do partido convidaram o governador para dar um pulinho na Convenção dos tucanos que ocorria na Câmara Municipal naquele momento. Gentilmente, e fora de sua agenda, o governador seguiu para a Câmara. Lá chegando foi recebido por aproximadamente meia dúzia de convencionais, além de uma platéia composta por duas ou três pessoas, que nem se deram conta da ilustríssima presença. Os vereadores Zé Carlos Proença e Arthur Almeida (ambos do PSDB) devem ter ficado muito constrangidos, mas o governador, mais ainda.
Alckmin permaneceu por cerca de 15 minutos no prédio da Câmara vazio, tirou fotos com as poucas pessoas presentes (uma das quais o jornalista Mário Aparecido, da Folha do Pirajuçara), e caiu fora do recinto. O governador chegou a ficar alguns instantes sozinho em uma cadeira nos fundos do Plenário do legislativo, sem falar com ninguém. Os ‘convencionais’ do PSDB não apareceram para dar vivas ao seu maior líder no Estado, que deve ter pensado com seus botões que ali estava um dos indícios do porque o partido nunca venceu uma eleição para prefeito na cidade, e porque vem apanhando do PT há três eleições consecutivas.
Durante o dia todo da convenção, o PSDB computou a presença de cerca de 120 convencionais. Foram tirados aproximadamente 40 delegados para a escolha da nova Executiva Municipal, mas a eleição da diretoria marcada para as 17 horas foi adiada para outra data. Há uma disputa entre o grupo atual, da ex-vereadora Brigida Sacramento, que comanda a legenda há anos, e o vereador José Carlos Proença. Aliás, os vereadores do PSDB vem tendo um ‘flerte’ com o governo do PT há algum tempo, para desespero dos tucanos mais empedernidos.
Talvez more aí um dos problemas recorrentes do PSDB: falta de unidade e d forças para mostrar-se como uma alternativa popular para a administração de Embu. Muito cacique pra pouco índio dá nisso. O PSDB precisa tornar-se um partido de massas para tentar viabilizar-se eleitoralmente, tanto no Embu, como em Brasília. Se vai conseguir isso nos próximos anos, essa é uma outra história.
(Da redação)