Mais de 280 mil fichas e prontuários do extinto Deops poderão ser consultados online
São Paulo – Os arquivos e prontuários do extinto Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo (Deops), órgão de repressão do país no período da ditadura, poderão ser acessados na internet a partir da próxima segunda-feira (1º). Ao todo, cerca de 1 milhão de páginas de documentação foram digitalizadas. Desse total, 274.105 fichas e 12.874 prontuários estarão disponíveis on-line num primeiro momento.
O trabalho é resultado da parceria entre a Associação dos Amigos do Arquivo Público de São Paulo e o projeto Marcas da Memória da Comissão de Anistia, do Ministério da Justiça, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
De acordo com o Ministério da Justiça, as informações, além de serem um importante registro histórico, poderão facilitar o trabalho de reparação feito pela Comissão de Anistia, uma vez que poderão ser usadas como ferramenta para que perseguidos políticos consigam comprovar parte das agressões sofridas.
A digitalização dos documentos foi feita em dois anos e deve continuar até 2014. Para a realização do trabalho, a Comissão de Anistia transferiu mais de R$ 400 mil à Associação de Amigos do Arquivo. Em dezembro de 2012, o Ministério da Justiça autorizou novo repasse, de mais R$ 370 mil, para digitalização de outros acervos.
A cerimônia de lançamento do portal na internet está marcada para segunda-feira, às 10h30, no Arquivo Nacional de São Paulo.
Semana de memória
O lançamento integra a programação da Semana Nacional de Memória e Direitos Humanos, que ocorre de 1º a 6 de abril, com atividades em diversas cidades do país.
“É importante que a sociedade discuta o tema dos direitos humanos. Houve o Dia Internacional pelo Direito à Verdade. É uma resposta ao que vem acontecendo no país, como o caso do Marco Feliciano e a homenagem à Rota, a unidade de repressão policial em São Paulo”, diz Maurice Politi, do Núcleo de Preservação da Memória Política.
Em Recife, haverá o seminário “Educação em direitos humanos: violações nunca mais”. Em Porto Alegre, um cine-debate, organizado pelo Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul, discute a temática. Em Uberlândia (MG), “Para que não se esqueça para que nunca mais aconteça” promove o debate histórico, jurídico e social sobre o período da ditadura no Brasil (1964-1985).
Acesse o link aqui – http://www.arquivoestado.sp.gov.br/
Por: Redação da Rede Brasil Atual