Frederico Costa é o segundo homem na hierarquia do Ministério. Agricultura também é alvo de investigações
Brasília – Trinta e oito pessoas foram presas durante a Operação Voucher, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta terça-feira (9/8). A ação, em conjunto com o Ministério Público Federal e a Secretaria de Controle Externo do Amapá, investiga supostos desvios de verbas públicas repassadas ao Ministério do Turismo, por meio de emendas parlamentares, destinadas a convênios para qualificação profissional.
Entre os presos estão o secretário executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva da Costa, número dois na hierarquia da pasta, que estava em casa; o secretário nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo, Colbert Martins; o ex-presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Mário Moisés, além de diretores e funcionários do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi) e empresários.
Ao todo foram cumpridos 19 mandados de prisão preventiva, 19 de prisão temporária e sete de busca e apreensão em São Paulo, Brasília e Macapá. Cerca de 200 policiais federais atuaram na operação.
Segundo a PF, os presos preventivamente em São Paulo e em Brasília foram levados para Macapá em aviões da própria PF. De acordo com investigações feitas pela Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários no Amapá, foram apurados fortes indícios de desvio de recursos públicos, além de outras irregularidades na execução de convênio entre o Ministério de Turismo e o Ibrasi, ligado à capacitação profissional para o turismo no Amapá.
AGRICULTURA INVESTIGADA
O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, disse na segunda-feira (8/8) que uma comissão de sindicância foi instaurada para apurar denúncias de relações suspeitas entre funcionários do ministério e um lobista, publicadas pela edição da revista Veja desta semana. Ele informou que pediu ao advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, para indicar um integrante do órgão para presidir a comissão. O nome escolhido foi o de Hélio Saraiva Franca, coordenador adjunto da Advocacia-Geral da União (AGU).
As denúncias provocaram a demissão de Milton Ortolan do cargo de secretário executivo do ministério. Na reportagem, Veja noticiou que ele tinha conhecimento das irregularidades que estavam ocorrendo na pasta. No sábado (6), Ortolan se exonerou da secretaria.
(Lourenço Canuto e Danilo Macedo – Repórteres Agência Brasil / *Colaborou Alex Rodrigues)