Presidenta vai abrir IV Congresso Nacional do PT com discurso em defesa da unidade do partido e da responsabilidade dele no apoio ao governo em momento de incertezas globais. Depois de um início atribulado nas relações com o governo, líderes petistas na Câmara e no Senado reconhecem evolução e estão prontos para responder positivamente ao chamado de Dilma
BRASÍLIA – A presidenta Dilma Rousseff vai participar da abertura do IV Congresso Nacional do PT, nesta sexta-feira (02/09), com a intenção de cobrar do partido que tenha responsabilidade na defesa do governo, especialmente neste momento de incertezas econômicas globais. E, depois de um início de mandato tumultuado nas relações com aliados, o apelo deverá ser atendido no documento final do Congresso.
“A presidenta vai falar muito da responsabilidade do partido nesse momento delicado mas de grandes oportunidades e que o PT tem de se assumir a responsabilidade como força hegmônica do governo”, disse à Carta Maior a ministra-chefe das Relações Institucionais, Ideli Salvatti.
Para a ministra, não pode haver mais dúvidas de que Dilma é e se sente petista. Nos primeiros meses de mandato, surgiram algumas desconfianças dentro do PT sobre o tipo de relação que a presidenta vinha estabelecendo, mais distante do que fazia o antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva.
O poder do então chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, como articulador político alimentava a inquietação. Além de não terem acesso a Dilma, os petistas (e os partidos em geral) não conseguiam falar com Palocci, que represava nomeações e a liberação de emendas parlamentares. A situação, agora, é outra.
“A relação com o governo melhorou bastante. Hoje, temos ligação direta com o Palácio e articulação permanente com os ministros do PT”, diz o líder do partido no Senado, Humberto Costa (PE). “O Congresso vai reafirmar nossa unidade e nosso apoio ao governo, que já existem hoje.”
Entre os deputados federais, o clima de satisfação é o mesmo, segundo o líder da bancada, Paulo Teixeira (SP). “O Congresso do PT dará apoio integral às políticas do governo Dilma”, afirma.
De acordo com Ideli, o que ocorreu, nos últimos tempos, foi a “institucionalização” da relação de Dilma com o PT, uma novidade. “O Lula era da cozinha do PT, tinha mais convivência com o partido do que a Dilma. Hoje, a presidenta tem uma relação institucional com o PT que o Lula não tinha”.
(André Barrocal – Agência Carta Maior)
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