Um relatório feito pelo Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos informa que o número de jatos propulsores, satélites antigos e nuvens de fragmentos minúsculos em volta do planeta pode causar vazamentos letais em espaçonaves ou destruir satélites valiosos. No texto, os especialistas pedem novas regulamentações internacionais para limitar o lixo espacial e mais pesquisas sobre o possível uso de grandes redes metálicas ou “guarda-chuvas” gigantes no espaço.
Alguns modelos, segundo comunicado divulgado pela entidade, mostram que a quantidade de detritos em órbita é suficiente para “colidir continuamente e criar ainda mais detritos, aumentando o risco de falhas em espaçonaves”.
HISTÓRIA
Detritos espaciais, também denominados genericamente lixo espacial, são objetos criados pelos humanos e que se encontram em órbita ao redor da Terra, mas que não desempenham mais nenhuma função útil, como por exemplo as diversas partes e dejetos de naves espaciais deixados para trás quando do seu lançamento. Tanto podem ser peças pequenas, como ferramentas e luvas — a exemplo de uma perdida por Neil Armstrong na missão Gemini VIII em 1966 — ou estágios de foguetes e satélites desativados que congestionam o espaço em volta da Terra — como exemplo, os antigos satélites soviéticos RORSAT — e que causam risco de acidentes graves, tanto em órbita (pelo risco de possíveis colisões), quanto numa possível reentrada de tais detritos na atmosfera terrestre.
O Sputnik foi o primeiro satélite artificial da Terra deixado no espaço. Foi lançado pela União Soviética em 4 de outubro de 1957 na Unidade de teste de foguetes da União Soviética, atualmente conhecido como Cosmódromo de Baikonur. O programa que o lançou chamou-se Sputnik I. O Sputnik era uma esfera de aproximadamente 58,5 cm e pesando 83,6 kg.
Em 1958, os Estados Unidos lançaram o seu satélite, de nome Vanguard I, que operou durante 6 anos. Após sua desativação, este se tornaria também uma das mais antigas peças de lixo espacial. Em recente sondagem foi confirmado que a relíquia permanece em órbita sendo, portanto um dos detritos espaciais mais antigos em órbita atualmente.
O primeiro ônibus espacial a realizar oficialmente uma manobra evasiva de uma colisão foi o Discovery, durante a STS-48, em Setembro de 1991, em que se procedeu no acionamento de um subsistema de segurança da espaçonave para evitar a colisão com detritos de um satélite russo, Kosmos. Só a explosão causada pelo Kosmos 1813, em 1987 gerou cerca de 850 resíduos com mais de 10 cm de comprimento cada um.
Até 1998, mais de 60 janelas de ônibus espaciais haviam voltado à Terra com danos provenientes do espaço. Uma lasca de tinta do tamanho de um grão de sal, orbitando a uma velocidade de 14.400 km/h, pode abrir uma significante cratera de 2,5 cm de diâmetro, com a possibilidade de a janela estilhaçar-se durante a reentrada, como se fosse um tiro de fuzil.
Este fato é levado em conta também no que diz respeito aos astronautas, cuja roupa de Atividade extraveicular — O EMU (do inglês Extravehicular Mobility Unit, Unidade de Mobilidade Extraveicular — é concebida de forma a proteger o astronauta de micrometeoritos. Presume-se que objetos pouco maiores que meteoritos, de alguns centímetros e alta velocidade orbital no vácuo, sejam capazes de romper as vestes extraveiculares dos cosmonautas, causando-lhes grandes danos.
Outra preocupação relaciona-se com a procedência dos combustíveis usados nos satélites. Tais satélites, que já não recebem ordens das centrais de comando da Terra, podem cair a qualquer momento, atraídos pela gravidade do planeta. Alguns desses satélites estão equipados com geradores eletro-nucleares que ativam funções específicas dentro do aparelho, e podem usar como combustível o urânio 235 ou o plutônio 238 (ambos altamente radioativos).
‘FAXINA ESPACIAL’
Trazer os detritos de volta para a Terra pode parecer um método de “coleta” do lixo espacial eficiente, já que após a reentrada, os objetos são destruídos. Isto pode ocorrer tanto por uma queda orbital (reentrada não-controlada), como por entrada controlada. Entretanto há sempre o risco de permanecerem ainda algumas partículas, ou mesmo peças inteiras, dos objetos que entraram em combustão na atmosfera, não havendo garantia de que sua queda ocorra nas porções desabitadas do planeta.
Há também propostas para “varrer” o lixo orbital de volta para a atmosfera da Terra, utilizando rebocadores automatizados, vassouras de laser para vaporizar ou amontoar as partículas em órbitas de queda rápida, ou mesmo bolhas de aerogel para absorver detritos que colidam com essas bolhas, e, eventualmente, cair na Terra com o lixo dentro. Entretanto, a maior parte do esforço está sendo direcionado para a prevenção de colisões, acompanhando os detritos de maior largura, prevenindo a formação de mais detritos. A parafernália de limpeza inclui ainda grandes guarda-chuvas ou redes de peca de lixo espaciais. Outras idéias, ainda, incluem a reunião dos objetos mais largos numa espécie de “aterro orbital”, onde poderiam ter alguma utilidade futura, enquanto se mantêm fora de vista.
(Agência Brasil e Wikipédia)
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