Partido de Kassab consegue aval da Justiça Eleitoral em dez estados. Suspeitas sobre irregularidades na coleta de assinaturas seguem sem esclarecimentos
São Paulo – O Partido Social Democrático (PSD), articulado pelo prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (ex-DEM) conseguiu cumprir os requisitos exigidos para que o pedido de registro nacional seja avaliado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Apesar de contestações e acusações de fraudes e ilegalidades na coleta de assinaturas, o processo avançou.
O partido obteve registro em dez Tribunais Regionais Eleitorais (TRE). A legislação estabelece um mínimo de nove unidades da federação para liberar a criação de uma legenda partidária. Ainda ultrapassou o número de assinaturas mínimas para a criação de uma legenda (mínimo 490 mil). A coleta de firmas foi concluída na quinta-feira (1º).
O processo foi despachado para a Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE), que tem 10 dias para dar seu parecer. Na próxima terça-feira (6) haverá uma audiência com os advogados do partido e a relatora sobre o processo.
Na sexta-feira (2/9), oito vereadores de São Paulo confirmaram filiação ao novo partido, incluindo o presidente da Câmara Municipal, José Police Neto. O PSD contabiliza adesões de 40 deputados mesmo antes de ser formalizado. Na convenção do partido, Kassab e a senadora Kátia Abreu (ex-DEM) foram eleitos respectivamente para os cargos de presidente e vice do partido.
Kassab já afirmou algumas vezes que o partido só não terá candidato próprio à sucessão da capital paulista em dois cenários. O primeiro é se o ex-governador José Serra, de quem o atual prefeito foi vice, for candidato pelo PSDB. A segunda hipótese envolve uma indicação do senador Aloísio Nunes (PSDB-SP) para a corrida pela prefeitura. Sem isso, o prefeito afirma ter três alternativas: o ex-secretário de estado de Planejamento Francisco Luna, o vice-governador Guilherme Afif Domingos e o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge. Kassab ofereceu reiterados sinais de que prefere este último, apesar de ele ser atualmente filiado ao PV.
IMPUGNAÇÃO
Três Partidos, DEM, PTB e PSDB, entraram com pedidos de impugnação do novo partido. O deputado federal Lúcio Quadros Vieira Lima (PMDB-BA) também entrou com um pedido semelhante. O PTB reclama do uso do nome da legenda, já que uma agremiação com o mesmo nome foi incorporada ao partido em 2003. O PSD alega que, quando há a fusão, a legenda anterior deve ser desconsiderada.
O DEM quer investigação sobre as supostas fraudes no registro de assinaturas. O Advogado do PSD, Admar Gonzaga, alega que utilizar assinaturas falsas não seria algo lógico de se fazer na abertura de um novo partido, mas não explica cada uma das reiteradas acusações levantadas contra o processo. Diversas reportagens apontaram a presença de pessoas mortas e indícios de falsificação de assinaturas.
(Por: Redação da Rede Brasil Atual / Com informações da Agência Brasil)