Prazo para filiações partidárias de candidatos termina no País

Faltando exatamente um ano para as eleições municipais de 2012, pré-candidatos devem estar filiados até 7 de outubro de 2011 para poderem disputar vagas de vereadores e prefeitos

Márcio Amêndola

O Brasil tem 69 partidos, mas ‘apenas’ 29 poderão disputar as eleições no ano que vem, para prefeitos e vereadores dos mais de 6 mil municípios do País. O último que tentou, quase conseguiu, mas vai ter de esperar. O PEN (Partido Ecológico Nacional), 69º a iniciar sua organização em território brasileiro, precisava de cerca de 491 mil assinaturas para seu registro junto ao TSE, apresentou mais de 500 mil nomes de apoio, mas ao verificar a autenticidade das rubricas dos eleitores, somente 373.159 foram validadas, ou seja, o partido ficou cerca de 120 mil assinaturas aquém do desejado. O TSE abriu dez dias de prazo para que o PEN tente novamente seu pedido de registro (conseguindo as assinaturas faltantes), mas os filiados não poderão disputar mais cargos em 2012, já que o prazo final para possíveis candidatos se filiarem a partidos registrados é de um ano antes da eleição, e ele se esgota nesta sexta-feira, 7 de outubro.

Com o Partido Social Democrático (PSD) o caso é diferente. Há menos de um mês, o líder da nova legenda liderada pelo prefeito paulistano Gilberto Kassab conseguiu assinaturas suficientes e legalizou a legenda, que já está apta a lançar candidatos nas eleições municipais de 7 de outubro de 2012.

NA REGIÃO SUDOESTE

Na região sudoeste a movimentação é muito grande nas últimas horas de filiações partidárias. A maior ‘arca de Noé’ deve ser o PMDB, com ambição de lançar candidatos a prefeitos ou a vices no maior número possível de cidades. Com isso, o PMDB recebeu gente de todos os grupos imagináveis. Por exemplo, em Taboão da Serra, uma ‘revolta dos autênticos’, comandada por antigas lideranças do partido, como o secretário municipal Carlos Eduardo Toledo deixaram a legenda, agora com forte comando do deputado estadual Caruso, que também dá a ‘batuta’ em cidades vizinhas, como Embu das Artes.

No Embu, entre 14 e 17 partidos já declaram abertamente apoio ao atual prefeito Chico Brito (PT), pré-candidato à reeleição, sem contestação em seu partido. A oposição via PSDB tenta conseguir dissidências e sonha em trazer o PMDB para a aliança, já que estaria difícil o partido emplacar um vice na chapa do PT, já que o atual vice-prefeito Natinha (PDT até ontem) ensaiava o enredo “daqui não saio, daqui ninguém me tira”.

Em Taboão da Serra o quadro é mais complicado. O grande nome da oposição é o ex-prefeito Fernando Fernandes (PSDB), que deve arrastar mais de 10 partidos para seu grupo, inclusive o cobiçado PMDB, já ‘esvaziado’ pelas lideranças governistas, mas inchado por novos nomes da oposição, reanimados com os percalços do governo do prefeito Evilásio Farias (PSB). O partido está em fase de reanimação, e tenta trazer ainda nesta sexta-feira o vereador Aprígio (ex-PRB) para seus quadros, com acenos de uma eventual indicação de seu nome para a cabeça de chapa. Mas o PT está na briga pela liderança do campo governista, com os nomes da vice-prefeita Márcia Regina e do vereador Wagner Eckstein.

Em Itapecerica da Serra o prefeito Jorge Costa (PMDB) tem a missão de escolher um nome para sucedê-lo, mas está com dificuldades para achar alguém com peso e que seja de consenso. O ex-prefeito Lacir Baldusco (PSDB) esfrega as mãos, e se for elegível – tem pendências com a justiça eleitoral – pode viabilizar-se. Por fora corre o pré-candidato do PT, vereador José Maria Rosa,l que vem crescendo em cima da onda de uma CPI do Entulho, último escândalo político na cidade.

Nas cidades vizinhas, Embu-Guaçu, Juquitiba e São Lourenço da Serra os atuais prefeitos, com direito a uma reeleição, vem com tudo para tentarem permanecer no poder por mais quatro anos. Zé da Tereza, de São Lourenço da Serra ganhou o ‘presente’ após assumir a prefeitura por causa da renúncia do ex-prefeito Lener Ribeiro. Em Embu-Guaçu o prefeito professor Clodoaldo enfrenta dificuldades para governar, e já se fala em uma forte oposição, via Cravo Roxo ou Walter do Posto, ex-prefeitos. Em Juquitiba a prefeita Cida Maschio (PDT) enfrenta uma CPI na Câmara e o preconceito de parte da classe política da cidade, por ser mulher. Mas segue firme como pré-candidata à reeleição.

Na segunda semana de outubro é que se vai saber onde se acomodaram as lideranças políticas e candidatos mais fortes a vereadores, prefeitos e vices em todo o País. Quem mudou, mudou, quem não mudou, não muda mais. Novas filiações partidárias a partir de 8 de outubro, só valem para efeito de candidatura nas eleições de 2014, com direito a copa do mundo, se a Fifa deixar.

(Márcio Amêndola, para o Fato Expresso)

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