Região entra em estado de alerta; filho de Kim Jong-il deve sucedê-lo no governo mais fechado do mundo
Brasília – O líder norte-coreano Kim Jong-il morreu no sábado (17), aos 69 anos, vítima de ataque cardíaco quando realizava uma viagem de trem pelo interior do país. A notícia só foi divulgada na segunda-feira (19) pela agência oficial de Pyongyang, KCNA.
A agência informou que Kim Jong-il morreu após “grande fadiga mental e física”, durante viagem “para realizar as suas funções de liderança”. Kim Jong-il liderava a dinastia comunista hereditária norte-coreana há 17 anos. O líder norte-coreano, que tinha diabetes e problemas cardíacos, sofreu um ataque cardíaco em agosto de 2008 e desde então circulavam vários rumores sobre o seu estado de saúde, até o desfecho fatal do final de semana.
O mais provável sucessor de Kim Jong-il é seu filho mais novo, Kim Jong-un, que tem 29 anos e foi nomeado general de quatro estrelas e vice-presidente da Comissão Militar Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte em 2010.
Vizinhos: tensão
A morte do líder norte-coreano acendeu o alerta nos países vizinhos, especialmente o Japão, Coreia do Sul, e do outro lado do Globo, nos Estados Unidos. O governo da Coreia do Sul declarou estado de alerta e estabeleceu um plano de emergência pouco depois do anúncio da morte de Kim Jong-il, informou a agência de Seul, Yonhap.
No Japão, o primeiro-ministro Yoshihiko Noda disse a jornalistas que o país se preparava para um período turbulento na relação com a Coreia do Norte – que mantém constantes testes nucleares na região e dispõe de um grande arsenal de mísseis e bombas atômicas.
“Eu emiti três ordens, que são para fortalecer nossa capacidade de reunir inteligência, cooperar com autoridades dos Estados Unidos, da Coreia do Sul e da China, e estar prontos para enfrentar o inesperado”, disse. “Não podemos permitir que a morte de Kim prejudique a paz e a estabilidade na península coreana”, completou.
Ministros que estavam reunidos para discutir questões de segurança nesta segunda-feira não chegaram a uma conclusão sobre se o nível de alerta deveria ser aumentado para as forças militares japonesas. “Dei ordens para que cada departamento dentro do ministério faça o máximo para coletar informações e se manter vigilante e atento”, disse o ministro da Defesa, Yasuo Ichikawa, segundo o porta-voz do ministério.
A China disse nesta segunda-feira estar “angustiada” em tomar conhecimento da morte do líder norte-coreano Kim Jong-il, mas continua confiante de que a Coreia do Norte continuará unida e que os vizinhos manterão cooperação. “Ficamos angustiados em saber do triste falecimento do líder da Coreia do Norte Kim Jong-il e expressamos nosso pesar sobre isso e estendemos nossas condolências ao povo da Coreia do Norte”, disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Ma Zhaoxu, segundo comunicado divulgado pela agência de notícias Xinhua. Zhaoxu elogiou Kim como sendo um “grande líder” que fez “contribuições importantes” para as relações com a China.
O governo dos Estados Unidos manifestou pesar em nota oficial e disse que trabalhará com Japão, China e Rússia para a manutenção da paz na região e que buscará todo entendimento possível com o futuro novo líder da Coreia do Norte.
(Por: Redação da Rede Brasil Atual)