Além dos brasileiros, chineses e indianos também são beneficiados. Visitantes dessas três nações são os que mais gastam ao visitar o país de Barack Obama
São Paulo – A emissão de vistos para brasileiros, chineses e indianos será simplificada pelos consulados e embaixadas dos Estados Unidos. Para ingressar no país norte-americano, visitantes que não tenham plano de imigrar terão autorização acelerada, concedida em até três semanas. A decisão foi anunciada na quinta-feira (19) pelo próprio presidente dos EUA, Barack Obama, que não escondeu os motivos da decisão.
Os visitantes estrangeiros levaram US$ 134 bilhões em 2010 (R$ 236,3 bilhões), o que a coloca como principal setor de serviços de exportação do país. Os dados são do Departamento de Comércio. A expectativa é de que turistas do Brasil, China e Índia, todos países em desenvolvimento, crescerá nos próximos anos, aportando mais recursos à economia e permitindo criação de mais empregos.
Desde os atentados de 11 de setembro de 2001, as exigências para entrar no território dos EUA foram ampliadas, com medo de novos ataques. Na prática, a promessa agora é de aumentar a capacidade de processamento de vistos para não imigrantes em 40% em 2012, garantindo que 80% deles sejam entrevistados em até três semanas.
Em 2011, a estrutura diplomática dos EUA no Brasil processou 944.868 vistos, aumento de 51% em relação a 2010. Até 2016, a expectativa é de um crescimento de 274% do número de visitantes brasileiros nos EUA na comparação com 2010. Segundo dados da embaixada em Brasília, 95% dos pedidos de vistos são aprovados.
Candidatos ao visto considerados de baixo risco podem até ser liberados de entrevista. Segundo a Embaixada dos EUA no Brasil, isso aplica-se a “certos indivíduos que precisem renovar vistos e solicitantes dentro de faixas etárias específicas que estejam requisitando visto pela primeira vez”. Estrangeiros que já tenham passado pelo processo anteriormente e obtido um visto também podem ser dispensados de nova entrevista.
Os critérios exatos para além da faixa etária não foram apresentados. Em 2011, telegramas entre diplomatas vazados pelo Wikileaks indicam que a “seleção” no consulado de São Paulo, por exemplo, baseava-se em categorias “bons”, “maus” e “feios”, em referência ao filme “The Good, The Bad and The Ugly”, de 1966 (na versão brasileira, “Três Homens em Conflito”). Isso dizia respeito a generalizações a partir da aparência, condição socioeconômica e objetivos na visita aos EUA.
É a economia
“Quanto mais gente visitar os Estados Unidos, mais norte-americanos voltarão ao trabalho. Precisamos ajudar os negociantes de todo o país a crescer e a criar empregos, a competir e vencer”, defendeu Obama. Segundo dados oficiais, 1 milhão de postos de trabalho podem ser criados no país com o aumento do fluxo de turistas.
A escolha do local para o anúncio foi Orlando, na Flórida, que abriga parques temáticos de um conglomerado de entretenimento, um dos destinos mais frequentes de visitantes estrangeiros no país. Outras medidas de estímulo foram anunciadas, com impactos menores.
Os anúncios são respostas do governo Obama para a demorada recuperação econômica vivida pelo país. Em novembro deste ano, os norte-americanos vão às urnas escolher o presidente – Obama é candidato à reeleição.
Além de depender dos recursos de turistas, a Flórida é considerada decisiva no pleito. Em 2000, por exemplo, quando o republicano George W. Bush foi eleito pela primeira vez, foi no estado ao sul do território que houve disputa apertada (com questionamento na apuração dos votos). Atualmente, o apoio a Obama tem diminuído, apesar da concentração de latinos na região, normalmente mais propensos a apoiar candidatos democratas.
(Redação Rede Brasil Atual)