Eleição da ministra para presidir o Tribunal Superior Eleitoral em ano eleitoral reforçará linha dura contra fichas sujas e políticos com contas reprovadas em eleições
Brasília – A ministra Cármen Lúcia Rocha foi eleita na terça-feira (6) presidenta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para o biênio 2012/2014. Ela será a primeira mulher a liderar a corte eleitoral e terá a responsabilidade de coordenar as eleições municipais de 2012. Cármen Lúcia integra o TSE como uma das representantes do Supremo Tribunal Federal (STF).
A ministra agradeceu a confiança dos colegas e se comprometeu a cumprir o cargo com “honestidade e absoluta dedicação”. A posse deve ocorrer apenas na última semana de abril. Cármen Lúcia assumirá o lugar de Ricardo Lewandowski, também do STF, e seu vice será outro integrante da Suprema Corte, o ministro Marco Aurélio Mello.
FICHA LIMPA
O presidente do TSE tem a função de organizar as eleições que ocorrem a cada dois anos no país, zelando pela segurança dos votos e do processo de votação em mais de 5,5 mil municípios. O presidente também é responsável por pautar os processos que são julgados pelo plenário. Segundo lembra o próprio TSE, o trabalho de Cármen Lúcia será ainda maior neste ano devido à aplicação da Lei da Ficha Limpa.
A sintonia da ministra com o STF, última instância da magistratura brasileira, da qual ela mesma participa, será um complicador a mais para os candidatos ficha suja, já que Cármen Lúcia tem sido extremamente severa em seus julgamentos relacionados à Lei da Ficha Limpa e às contas prestadas por candidatos em eleições passadas.
Defensora declarada também do direito das mulheres nas sessões do STF, Cármen Lúcia também fez referência ao universo feminino após ser eleita no TSE, lembrando que há 80 anos o Brasil passou a permitir o voto das mulheres. “Nós tínhamos uma população de 40 milhões de habitantes e tivemos, em 1934, quando a mulher votou pela primeira vez, 1,5 milhão de votos. Oitenta anos depois, somos quase 52% dos eleitores brasileiros, a despeito de serem muito poucos os cargos de representação exercidos por mulheres.”
(Por: Débora Zampier, da Agência Brasil / informações complementares de Fato Expresso)