O deputado Protógenes Queiroz (PCdoB), ex-delegado da Polícia Federal quer ver esclarecidas todas as denúncias de favorecimentos e crimes que teriam sido praticados na privatização de Estatais no governo FHC
Para o deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), a CPI da Privataria Tucana se transformou, no Congresso, em moeda de troca entre parlamentares da base de apoio ao governo e oposicionistas. Setores mais conservadores da Casa têm feito “uma ação pesada para postergar a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)”, disse o parlamentar.
A constatação do autor do pedido para a instalação das investigações sobre desvios bilionários ocorridos durante o processo de privatização das principais empresas públicas brasileiras no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) foi declarada no dia 19 de março ao portal Correio do Brasil.
“Agora é inexorável. A CPI já foi instalada”, afirmou Protógenes Queiroz, ao lembrar que o pedido já foi protocolado e aceito pela presidência da Câmara. “Não tem mais como voltar atrás. O que se discute são os nomes dos integrantes, mas há uma pressão muito grande, por parte de setores conservadores na Casa, na oposição e em parte do PMDB, para que os trabalhos comecem mesmo somente depois das eleições”, completou.
Serra e a evasão de divisas
O ex-governador paulista José Serra é o principal suspeito de coordenar um esquema de evasão de divisas, segundo o livro de Amaury Ribeiro Jr., A Privataria Tucana. Serra, porém, é o virtual candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo e trabalha contra a instalação da CPI que investigará o envolvimento dele, então ministro do Planejamento do governo FHC – pasta que coordenava as privatizações –, na apropriação de parte de parte do resultado obtido na venda das empresas. Entre as estatais passadas à iniciativa privada estão a Vale do Rio Doce e a Companhia Siderúrgica Nacional, além de todas as subsidiárias do Sistema Telebrás, segundo o livro-reportagem.
Segundo o Correio, um líder tucano que preferiu falar em sigilo, avalia que “a revelação destes e outros dados no plenário de uma CPI, antes das eleições municipais, seria suficiente para naufragar a campanha de Serra à prefeitura paulistana.
“Sem dúvida, um setor do partido tem trabalhado incansavelmente para adiar a instalação da CPI da Privataria. Se os trabalhos começarem antes das eleições, a campanha de Serra corre o sério risco de ir direto ‘para o vinagre’. O partido, infelizmente, está fragmentado. Embora Serra ainda tenha peso específico na legenda, o desgaste é cada vez maior”, disse o político tucano.
Para tentar acelerar a instalação da CPI da Privataria, Protógenes Queiróz inicia nos próximos dias uma série de manifestações públicas no sentido de pressionar a Mesa Diretora da Câmara a definir, o quanto antes, os nomes dos integrantes da CPI.
“Vamos começar a recolher o apoio, por todo o país, dos eleitores que querem ver o Brasil passado a limpo. Em São Paulo, já na semana que vem, teremos pontos de recolhimento dessas assinaturas. O mesmo movimento se repetirá no Rio de Janeiro e nas principais capitais do país. O momento agora é de mobilização popular “afirmou Protógenes.
(Por: Redação da Rede Brasil Atual)