Quem nunca sonhou em fazer uma longa viagem? Você, talvez, gostaria de visitar a Itália e ainda não teve a oportunidade? Se é o seu caso, aqui vão umas dicas:
Em primeiro lugar, venha! A Itália é bonita, rica em História, arquitetura, culturas diversas e sabores maravilhosos. Um pouco de estudo antes da viagem, pode proporcionar um melhor aproveitamento. Você pode – inclusive – alugar um carro e dirigir com a sua habilitação brasileira, desde que acompanhada do passaporte.
Compre um bom guia, um pequeno dicionário e aventure-se num roteiro pessoal. De um modo geral, as informações contidas nos guias são atualizadas. Só tem um problema: você vai precisar se adaptar à sinalização e à falta dela. Algumas placas de trânsito são desconhecidas no Brasil e sugiro familiarizar-se rápido. A maior dificuldade será a falta de sinalização complementar.
Numa das avenidas principais da cidade havia uma placa enorme: “AUTOSTRADA DEL SOLE” com uma seta à esquerda. Na mesma direção existem seis estradas e você tem duas opções: ser italiano e saber a que se refere a placa, ou adivinhar. Não existe nenhuma outra referência a tal estrada. Só depois de alguns anos vivendo na cidade descobri que a tal “AUTOS…” é a “Autostrada A1”, a mais importante da Itália.
As informações turísticas são evidenciadas por placas de fundo marrom, que você encontra antes das referidas atrações. Mas só antes, Você pode passar em frente a um museu ou outro monumento e não conseguir localizá-lo pela absoluta falta de sinalização em frente aquele prédio antigo, de arquitetura maravilhosa, igualzinho a todos os outros ao seu lado. Do mesmo modo, durante o dia descobre-se uma cidade diferente daquela que você conheceu na noite anterior, pois a grande maioria das lojas cerram suas vetrines à noite e não tem placas. Assim, quem não é morador e frequentador do seu próprio bairro, terá dificuldades em localizar um sapateiro, por exemplo. Para um turista, então… (Sugiro comprar outro sapato).
Outra coisa: certifique-se, antes, do trajeto a percorrer. As placas indicatórias se localizam exatamente na rua em que se deve virar, mas na esquina posterior. Não espere encontrar uma placa alguns metros antes, como você está acostumado. Mais uma vez: ou você é da área ou terá que adivinhar.
A biblioteca, a peixaria, o alfaiate. Tudo tem que ser descoberto, o que não deixa de ser uma aventura, às vezes divertida. As exceções são os cafés, farmácias e tabacarias: os cafés tem sempre uma placa, por pequena que seja; as farmácias tem uma cruz verde (da esperança de não precisar usar); as tabacarias, obrigatoriamente tem uma placa padrão, pequena, com fundo escuro e um “T” em branco. O comércio de tabaco na Itália é monopólio de Estado.
Você vai descobrir que tem polícia pra todos os gostos: os Carabinieri, Vigili Urbani, Vigili del Fuoco, Polizia Postale, Polizia di Stato, Guardia di Finanza e Polizia Carcerária além das divisões internas e da polícia investigativa que trabalha à paisana. Portanto, cuidado! Com tanta polícia assim, existem duas hipóteses: ou o país tem um índice de criminalidade que justifique toda essa segurança, ou – o que é pior – podem acreditar na necessidade de se proteger dos turistas. No caso, você.
Outra curiosidade é a diferença entre norte e sul: o Norte é um pedaço da Europa. O Sul, uma mistura de interior do Nordeste Brasileiro com a malandragem dos morros cariocas. A pobreza e as lamentações políticas com o descaso das autoridades em relação ao Sul, são cenas que lembram os nossos candidatos a qualquer eleição no interior do Nordeste. O hábito de roubar, burlar, fraudar e outras enganações é uma verdadeira instituição. Mas isso já é assunto para outra carta, e que certamente você não vai encontrar no seu guia de viagem. Mas venha. E divirta-se.
**Allan Robert P. J., carioca de nascimento, tem 51 anos, viveu em Embu (SP) por quase duas décadas e lá se casou com Eloá, em 1987. Mudou para Salvador (BA) onde estudou Economia e o casal teve duas filhas. De lá, foram para a Itália, onde vivem atualmente. Allan é micro empresário do ramo automotivo, e Eloá trabalha no ramo de alimentação. Ambos têm raízes (amigos e parentes) na ‘ponte’ Embu-Assis-SP. Allan é irmão dos advogados Bruce P. J. e Dawidson P. J., radicados em Embu. Dawidson já foi do primeiro escalão da Assessoria Jurídica da Prefeitura de Embu no governo Geraldo Puccini Junior (1993-96), e ambos já participaram da diretoria da subsecção da OAB de Embu”.