O ex-presidente vem costurando o apoio ao ex-ministro da educação, Fernando Haddad, e isto inclui abrir mão de candidatura própria em várias cidades onde o PSB disputará prefeituras
A costura está sendo feita diretamente entre os caciques do PT e do PSB, à frente Luiz Inácio Lula da Silva, presidente de honra do PT, e o governador Eduardo Campos, presidente nacional do PSB. Para que os socialistas apoiem Fernando Haddad em São Paulo, Lula faz uma delicada costura, o que inclui a retirada de candidaturas locais em várias prefeituras de cidades médias onde o PT deverá apoiar candidatos com maiores chances, pelo PSB.
A notícia, veiculada nesta terça-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo, em reportagem do jornalista Fernando Gallo, joga uma ‘ducha de água fria’ na pré-candidatura do vereador Wagner Eckstein (PT) a prefeito em Taboão da Serra. Sem conseguir aliados nos partidos locais, Wagner vinha adotando a estratégia de colar nos líderes nacionais do partido, entre os quais o próprio Lula, de quem arrancou palavras de apoio em um evento em São Bernardo no mês passado, e também apoio verbal, com direito a fotos com o presidente nacional da sigla, o deputado Rui Falcão.
O problema para Wagner vai ser segurar o PSB de Taboão, que tem o vereador José Aprígio como pré-candidato, e que corre por fora na tentativa de derrubar o favorito Fernando Fernandes (PSDB). Com as articulações de Lula pró-Haddad, pode ‘sobrar’ para Eckstein, que ainda não decolou. O PT nacional retiraria seu apoio a vários candidatos com menor potencial de votos, entre os quais Wagner Eckstein, para obter do governador Campos o apoio ao pupilo de Lula na Capital paulista.
O vereador Juscelino Gadelha, do PSB de São Paulo, inclusive já teria adiantado este assunto (de Taboão) com o presidente Rui Falcão, segundo garante o ‘Estadão’. São Paulo é uma capital estratégica nos planos do PT rumo ao governo Paulista, e até da reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014. Para abater o tucano José Serra em pleno voo vale tudo, inclusive derrubar, de quebra, Wagner Eckstein. A estratégia do PT para manter a aliança com o PSB inclui negociações em outras cidades, como Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, Mossoró (RN) e até capitais do Norte do País, como Macapá (AP) e Boa Vista (RR), onde o partido dos trabalhadores refrearia as candidaturas próprias em prol do PSB.
As alianças em São Paulo estão particularmente difíceis entre PSB e PT, devido ao fato do presidente da sigla socialista no Estado, Márcio França, estar ligado diretamente ao PSDB, no pacto com o governador tucano Geraldo Alckmin. França é o atual secretário estadual de Turismo, e faz de tudo para que o PSB apoie José Serra à prefeitura paulistana. Informações de bastidores recolhidas pelo Fato Expresso dão conta de que Fernando Fernandes, ex-prefeito de Taboão da Serra e marido da deputada Analice Fernandes (PSDB) já teria inclusive negociado a destituição da executiva municipal do PSB de Taboão com Márcio França, para conseguir o apoio à sua candidatura.
Fernandes, porém não contou com dois entraves. O primeiro é o fator Eduardo Campos e a aliança nacional com o PT, que pairam acima de Márcio França. O segundo fator é Evilásio Farias, ainda prefeito de Taboão da Serra e o líder que articulou a filiação partidária de Aprígio no auge da crise do PSB na cidade, em 2011. Farias, quando deputado federal há alguns anos, foi colega de bancada de Eduardo Campos e de Luíza Erundina, na Câmara Federal. Por aí fez água a tentativa de Fernando Fernandes, em ganhar por WO as eleições em Taboão da Serra. A conferir.
(Márcio Amêndola, para o Fato Expresso)
Eu particularmente acharia muito bom, porque um exército só vence uma batalha se estiver unido, torço para que se concretize as negociações.