PT cedeu na última hora, indicando Wagner Eckstein como Vice na chapa do PSB
Não foi uma solução fácil. A unidade do campo governista de Taboão, em que pese várias defecções, foi conquistada na última hora. No sábado, 30 de junho, último prazo para as convenções partidárias, PT e PSB voltaram à unidade por meio da indicação do vereador Wagner Eckstein, do PT, a vice-prefeito na chapa de José Aprígio (PSB) em Taboão da Serra, e devem ser os principais adversários do ex-prefeito Fernando Fernandes (PSDB) na cidade.
Após fortes pressões do PT em níveis Estadual e Nacional, o partido em Taboão acabou cedendo e desistindo da candidatura própria, menos de 48 horas antes da data marcada para sua convenção. Na quinta-feira à noite, em reunião na casa de Eckstein ficou acertada sua desistência. Esta condição era uma das imposições do PSB para apoiar o candidato do PT na Capital, Fernando Haddad. Este jornal já havia antecipado esta tendência ainda em maio (veja AQUI).
Uma vez restabelecida a unidade, PT, PSB, PCdoB, PV e PDT, ‘carros-chefes’ do grupo governista voltam a operar juntos nas eleições, na tentativa de dar sobrevida ao projeto que começou com a eleição de Evilásio Farias em 2004. Após a convenção do PT, realizada na Câmara Municipal, os membros do partido seguiram em carreata até a Praça Luiz Gonzaga, onde os demais partidos realizavam suas convenções. Wagner juntou-se a Aprígio sob os aplausos das milhares de pessoas que aguardavam o desfecho já esperado.
Para o secretário estadual de finanças do PT, Irineu Casemiro, o seu partido teve de “recuar para avançar”, citando a desistência de Wagner em favor de Aprígio. Para o coordenador da Macro-Região do PT, Valdir Taffarel, o sonho do PT disputar a prefeitura em Taboão “não acabou, apenas foi adiado”.
Márcia Regina, atual vice-prefeita, que chegou a ameaçar abandonar a coligação, caso Wagner não fosse candidato a prefeito, mudou o tom. Agora ela apoia a coligação com o PSB, e será candidata a vereadora, “contra o retrocesso”, contra “os tiros e pancadas” de seus adversários, referindo-se a Fernando Fernandes e ao PSDB. Wagner Eckstein, puxando o novo discurso da unidade, defendeu o governo do prefeito Evilásio Farias e sentenciou: “Estamos juntos, fortes e vamos ganhar a eleição”.
Aprígio elogiou a adesão de Wagner Eckstein e disse que entrou na briga pela prefeitura para vencer. “Cheguei em Taboão há 40 anos sem conhecer ninguém que me desse um copo d’água. Vou trabalhar muito como fiz em toda minha vida”. Para ele, “Taboão está na melhor esquina da Grande São Paulo. Vamos trabalhar firmes, juntos, e ganhar a eleição”, concluiu.
Tanto Luiz Alberto Fratini, o Lune (PCdoB) como Valdevan Noventa (PDT), cogitados para serem vices na chapa de Aprígio, cederam a vaga para Wagner, em nome da Unidade. Agora, ambos devem disputar vagas à Câmara Municipal. Aliás, PCdoB e PDT devem compor coligação proporcional. As outras coligações para vereadores ficaram assim constituídas: PSB-PSD, PT-PV-PTN, e PSDC-PHS-PPL.
Fernando x Evilásio
Fernando Fernandes ainda é o favorito à sucessão municipal. Após grande desgaste de seu governo, o prefeito Evilásio Farias (PSB) segue com baixo índice de aprovação, e seu nome é associado – queira ou não – à operação Cleptocracia, que levou à prisão de 26 pessoas, grande parte ligada a seu governo durante o ano de 2011. Para piorar, um grupo independente que vinha coordenando a campanha de Aprígio, tentando desvinculá-lo ao máximo da atual administração, foi derrotado internamente, e já deixou o comando da campanha.
Agora, quem comanda pessoalmente a campanha de Aprígio é Evilásio. A partir de agora, está em jogo um plebiscito que dirá se apoia ou não o atual governo. A campanha agora é um julgamento público do governo, e não mais uma simples eleição entre candidatos de diferentes propostas para a cidade. E isto não é exatamente uma boa coisa para o candidato governista que, na prática, deveria apontar para o novo, o que não conseguiu nem em seu slogan de campanha. Sai o “Construindo um Novo Taboão”, entra a continuidade, representada pelo “Taboão crescendo com você”. Evilásio já deu o ‘tom’, discursando por mais de meia hora na praça, muito à vontade, como se fosse candidato a um terceiro mandato. Se vai funcionar, os próximos três meses dirão.
(Márcio Amêndola, para o Fato Expresso)
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