Na sequência, entre os partidos com mais chances de vencer no próximo domingo, segundo as pesquisas, vêm PSDB, com 9, e PMDB, com 7
“PT foi o partido que mais cresceu no país nas eleições de 2012”
São Paulo – O PT é a legenda com maior número de candidatos com chances de vencer nas cidades em que ocorre o segundo turno das eleições municipais, daqui a uma semana. Ao todo, eleitores de 50 cidades voltam às urnas no próximo domingo (28). Segundo levantamento da Secretaria de Organização do partido, feito com base em pesquisas públicas e internas, o PT está bem posicionado em 15 dos 42 municípios em que havia sondagens disponíveis até a última sexta-feira.
Em seis dessas cidades, a diferença dos petistas para os adversários é superior a 12 pontos percentuais: São Paulo, Guarulhos, Santo André, Mauá, João Pessoa e Niterói. Nas demais (Cuiabá, Montes Claros, Fortaleza, Ponta Grossa, Salvador, Vitória da Conquista, Rio Branco, Campinas e Cascavel) a situação é de empate técnico.
Em segundo lugar entre os bem posicionados (na frente ou em empate técnico) vem o PSDB, com nove cidades: Rio Branco, Manaus, Belém, Teresina, Taubaté, Pelotas, Campina Grande, Blumenau e Sorocaba. Em seguida vem o PMDB em sete: Vitória da Conquista, Juiz de Fora, Petrópolis, Uberaba, Florianópolis, Guarujá e Sorocaba.
Na disputa direta contra o PSDB, seu principal adversário, o PT está à frente em três cidades (São Paulo, João Pessoa e Guarulhos), atrás em duas (Pelotas e Taubaté) e empatado em uma (Rio Branco).
De acordo com os dados, e considerando os que já foram eleitos no primeiro turno, o PT pode chegar a 28 prefeitos no universo das 119 cidades com mais de 150 mil eleitores; o PSDB pode chegar a 26; e o PMDB a 20.
Mídia x políticas públicas
O bom desempenho do PT nas eleições de 2012 tem surpreendido a muitos, considerando o bombardeio midiático e a coincidência do julgamento da Ação Penal 470, o chamado mensalão, com os dois turnos do processo eleitoral. Para o cientista político Francisco Fonseca, da Fundação Getúlio Vargas, o julgamento teve pouco efeito para os propósitos eleitorais porque “há uma dissociação no Brasil, mais recentemente, entre o que aparece na mídia e o efeito das políticas públicas desenvolvidas pelos governos do Partido dos Trabalhadores”.
Segundo ele, não é causal a coincidência entre os calendários das eleições e do julgamento do STF. “Não é uma coincidência fortuita e sim uma decisão política. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por exemplo, disse que gostaria que o julgamento do mensalão produzisse efeito (eleitoral). Além disso, o STF está sendo pautado pela mídia. Isso é muito problemático para a democracia”, analisa Fonseca.
No entanto, para ele, o eleitor não se deixa mais levar tão facilmente pelo “massacre” midiático. “O cidadão comum entende que há duas coisas diferentes. Uma é o que aparece na mídia. Outra, sua vida está melhor, e ele entende que há mais emprego, mais crédito, transferência de renda inédita no país, aumento real de salário, programas com Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida”, avalia.
Primeiro turno
No primeiro turno das eleições municipais, o PT foi o partido com maior número de votos em números absolutos. Foram 17,3 milhões (4,2% a mais do que em 2008). O PMDB foi o segundo, com 16,7 milhões de votos, mas caiu 10% em relação à eleição anterior.
Já o PSDB caiu em relação a 2008. Teve 13,9 milhões de votos no primeiro turno em 2012, contra 14,6 milhões em 2008, queda de 4,8%.
Por: Eduardo Maretti, da Rede Brasil Atual