Para escritor, era de fundamental importância a aprovação do projeto de lei que limitava propaganda de alimentos nocivos na televisão, mas Alckmin vetou
São Paulo – Em comentário na Rádio Brasil Atual, o escritor Frei Betto comentou a importância do Projeto de Lei 193/2008, que proibia a veiculação na TV e no rádio, entre 6h e 21h, de publicidade dirigida a crianças sobre alimentos e bebidas pobres em nutrientes e com alto teor de açúcar, gorduras saturadas ou sódio. Ele disse que esperava que o projeto, de autoria do deputado estadual Rui Falcão (PT), e aprovado em dezembro na Assembleia Legislativa, fosse sancionado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que o vetou na terça-feira (29). A proposta impedia a utilização de personagens e celebridades infantis na propaganda e brindes associados à compra.
Para Frei Betto, as indústrias alimentícias têm forte influência no governo do país. “O governo brasileiro está submisso à pressão de empresas produtoras de alimentos. Enquanto a Vigilância Sanitária libera os alimentos nocivos, o Ministério da Saúde assume as consequências gastando bilhões em doenças que seriam totalmente evitáveis”, aponta.
Ele lembrou que, no Brasil, o percentual de crianças com sobrepeso chega a 30%, enquanto o de crianças obesas já é de 15%. Segundo Frei Betto, as crianças estão sendo silenciosamente envenenadas por comidas e bebidas, além de estarem criando hábitos nocivos permanentes de consumo. “É bom lembrar também que hoje em dia as crianças são mais sedentárias, pulam e brincam menos, o que favorece que elas engordem”, lembrou.
De acordo com Frei Betto, é necessário que as crianças recebam uma espécie de educação nutricional nas escolas, para que saibam o que estão ingerindo e não fiquem à mercê apenas das propagandas. “Todos comemos várias vezes ao dia, e no entanto, o fazemos sem critério e sem noção de como o organismo reage aos alimentos, em que medidas são benéficos ou prejudiciais a nossa saúde.”
Por: Redação da Rede Brasil Atual